Cerca de 150 mil protestam em Berlim contra extrema direita

Capital alemã e outras cidades no país registram atos contra o extremismo de direita e o partido AfD, no quarto final de semana seguido de manifestações

Por Deutsche Welle

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Pessoas protestam contra extrema direita e pela proteção da democracia em Berlim
REUTERS/Liesa Johannssen

Um protesto contra a extrema direita e o partido de ultradireita Alternativa para a Alemanha (AfD) reuniu cerca de 150 mil pessoas em Berlim neste sábado (03/02) em frente ao Bundestag (câmara baixa do Parlamento alemão), segundo estimativa da polícia – os organizadores falaram em 300 mil participantes.

Trata-se do quarto final de semana consecutivo de atos em toda a Alemanha contra o extremismo de direita. Outras cidades também registraram protestos semelhantes neste sábado, como Freiburg, onde cerca de 30 mil pessoas protestaram, Augsburg, com 25 mil, e Hanover, com cerca de 10 mil participantes.

A onda da manifestações foi deflagrada após a revelação de uma reunião realizada em Potsdam com a participação de neonazistas e membros do AfD, na qual foi apresentado um plano para a deportação em massa de milhões de imigrantes e "cidadãos não assimilados".

De acordo com um repórter da agência de notícias AFP, centenas de pessoas deram as mãos para formar um anel simbólico ao redor do Reichstag, a sede do Bundestag, simbolicamente protegendo-o de ataques da extrema direita.

Mais de 1.300 associações, iniciativas e instituições convocaram a manifestação sob o lema "Nós somos o firewall", também chamado no jargão político de cordão sanitário, que expressa a tática de impedir a AfD de se aliar a outras legendas na formação de governos.

Apoio de políticos

Vários políticos participaram da manifestação em Berlim, incluindo Saskia Esken, copresidente do Partido Social-Democrata (SPD) do chanceler federal Olaf Scholz, e o ministro da Saúde Karl Lauterbach, do mesmo partido.

A ministra da Família, Lisa Paus, do Partido Verde, que forma a coalizão de governo alemão ao lado do SPD e do Partido Liberal Democrático (FDP), também estava no ato em Berlim, e afirmou que o engajamento das pessoas "era muito importante nos tempos atuais".

Scholz expressou seu apoio aos protestos em toda a Alemanha em uma mensagem no X, chamando-os de "um forte símbolo para a democracia e nossa Constituição".

Tino Chrupalla, copresidente da bancada parlamentar da AfD, afirmou em uma entrevista à rádio Deutschlandfunk que era "legítimo ir às ruas com o governo", mas considerava que os protestos estariam sendo instrumentalizados pela coalizão que hoje comanda a Alemanha. "O governo está no momento usando as convocações das manifestações para distrair a atenção dos problemas reais", afirmou.

Embora o partido de ultradireita tenha visto seus índices de popularidade caírem ligeiramente após a revelação do encontro em Potsdam, ele é atualmente o segundo partido mais popular da Alemanha, com apoio de cerca de 20% dos alemães, e fica atrás apenas da União Democrata Cristã (CDU), de centro-direita.

Neste ano haverá três importantes eleições estaduais no leste da Alemanha, onde o apoio da AfD é mais forte e a legenda tem chances de eleger seu primeiro governador.

bl (AFP, KNA)

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