Censo 2022: pretos, pardos e indígenas têm menos acesso a saneamento básico

Levantamento revelou que as pessoas de cor amarela, seguidas das de cor branca, tiveram as maiores proporções de conexão de redes de serviços de saneamento básico

Da Redação

Censo 2022: pretos, pardos e indígenas têm menos acesso a saneamento básico
Saneamento básico
Arquivo/Agência Brasil

Dados do Censo Demográfico 2022, divulgados nesta sexta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), mostram que pessoas que se identificam como pretas, pardas e indígenas têm menos acesso a saneamento básico em comparação às que se identificam como brancos ou amarelos. 

O levantamento revelou que as pessoas de cor amarela, seguidas das de cor branca, tiveram as maiores proporções de conexão de redes de serviços de saneamento básico e maior índice de presença de instalações sanitárias nos domicílios. As pessoas de cor ou raça preta, parda e indígena obtiveram proporções menores.   

“Esse panorama está ligado à distribuição regional dos grupos, com presença maior da população de cor ou raça preta, parda e indígena no Norte e Nordeste, regiões com menor infraestrutura de saneamento. Em todos os 20 municípios brasileiros mais populosos, a população de cor ou raça branca têm mais acesso a abastecimento de água, esgotamento sanitário e coleta de lixo do que a população de cor ou raça preta, parda e indígena”, explica Bruno Perez, analista da pesquisa.

Em 2022, as faixas etárias mais jovens apresentaram maior incidência de situação de precariedade no acesso a saneamento básico). Na população entre 0 e 4 anos, 3,4% residiam em domicílios sem canalização de água; no grupo com 60 anos ou mais, essa proporção foi de 1,9%. Quanto à ausência de banheiro, sanitário ou buraco para dejeções nos domicílios, os índices obtidos foram de 0,9% no grupo entre 0 e 4 anos, e 0,4% no grupo com 60 anos ou mais.

A abrangência de serviços públicos de saneamento, como abastecimento por rede de água, coleta de esgoto e coleta de lixo, também se mostrou relacionada à faixa etária, registrando menores índices para os grupos de idade mais novos. 

Em relação à coleta direta ou indireta de lixo, a diferença foi menor, mas novamente houve vantagem da faixa etária mais elevada: 89,5% no grupo entre 0 e 4 anos, e 90,8% no grupo com 60 anos ou mais. 

A disparidade mais acentuada foi na proporção da população residindo em domicílios com esgotamento por rede coletora ou fluvial (inclusive fossa séptica conectada à rede): 57,3% no grupo entre 0 e 4 anos, e 66,3% no grupo com 60 anos ou mais.

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