Celular salva policial atingido por tiro de fuzil em Guarapuava (PR)

Disparo atravessou viatura da PM, passou pelo colete balístico e ficou alojado no aparelho

Por Michelle Souza

Um policial que foi alvo de tiros de fuzil durante a tentativa de mega-assalto em Guarapuava, no interior do Paraná, na noite do último domingo (17), sobreviveu sem ferimentos graças ao colete balístico e a um celular que estava no bolso da farda. 

A história foi revelada pela filha do militar, identificado como cabo Wendler. Ele participou das buscas pela quadrilha na cidade e estava dentro de uma viatura que foi alvejada pelos criminosos. 

Um dos disparos de fuzil atravessou a viatura, passou pelo colete e ficou alojado no aparelho celular do policial. A filha dele, Anne Wendler, contou que a família acredita que se trata de “um milagre”. 

Foi um milagre. É Deus. Não tem outra explicação

Ela ainda compartilhou nas redes sociais imagens do colete balístico e do celular, ambos completamente destruídos. 

Suspeito preso e liberado

O homem preso suspeito de envolvimento no ataque foi liberado na noite desta segunda-feira (18) após prestar depoimento por mais de 5 horas. O celular dele foi apreendido, e a Polícia Civil agora deve tentar recuperar mensagens que possam ajudar na investigação. 

O suspeito tem 25 anos e é morador da cidade. Segundo os policiais, ele não participou ativamente do ataque, mas teria fornecido as armas de uso exclusivo das Forças Armadas que foram utilizadas pela quadrilha. 

Vídeo: “Novo cangaço” deixa Guarapuava em pânico

Como foi o ataque em Guarapuava

Uma quadrilha de cerca de 30 criminosos fortemente armados atacou a transportadora de valores Proforte e causou pânico na cidade de Guarapuava, interior do Paraná. A ação, realizada no estilo “novo cangaço”, começou por volta das 22h do domingo (17) e durou cerca de quatro horas. 

Os assaltantes fizeram bloqueios em vias e atiraram contra o Batalhão da Polícia Militar da cidade. Além disso, cortaram parte do fornecimento de energia do município e espalharam carros e caminhões em diversos pontos para impedir a chegada de equipes da PM e da Polícia Rodoviária Federal. Alguns veículos foram incendiados e moradores foram usados como reféns e até “escudos humanos".

O grupo conseguiu fugir em pelo menos sete carros pela BR 27. Nenhum valor foi levado da transportadora. Guarapuava fica a 256 quilômetros de Curitiba e tem aproximadamente 183 mil habitantes. 

Vídeo: Band mostra cidade após ataque de criminosos

Segundo o prefeito Celso Góes, houve um confronto entre a quadrilha e a polícia durante buscas na área rural próxima a Campina do Simão, a cerca de 80 km de Guarapuava. 

Ainda de acordo com ele, dois policiais foram atingidos e estão internados e estáveis, além de um morador da cidade. Um terceiro policial foi baleado no colete balístico. 

Não houve mais registros de confrontos na cidade ou de bloqueios em estradas. Mesmo assim, as aulas da rede pública e privada foram suspensas.

Guarapuava tem uma ampla presença das forças de segurança, incluindo um quartel do Exército, mas nem isso intimidou os criminosos. O prefeito definiu a situação como um “estado de guerra” em entrevista à Rádio Bandeirantes.

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