Casos de dengue e chikungunya estão preocupando especialistas, afirma infectologista

Casos de dengue e chikungunya estão preocupando especialistas, afirma infectologista

Da Redação, com Rádio Bandeirantes

Casos de dengue e chikungunya estão preocupando especialistas, afirma infectologista  Unsplash
Casos de dengue e chikungunya estão preocupando especialistas, afirma infectologista
Unsplash

Apesar das atenções estarem voltadas para a pandemia de coronavírus, outras duas doenças estão preocupando especialistas: dengue e chikungunya. Ambas são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, que encontra agora no verão condições ainda mais favoráveis para se reproduzir.

A realidade nos consultórios indica que o alerta deve ser levado muito à sério, afirmou o infectologista Evaldo de Araújo, do Hospital das Clínicas de São Paulo, em entrevista exclusiva à Rádio Bandeirantes, na manhã desta terça-feira (16)

“Ontem à tarde eu tive a oportunidade de atender 10 pacientes, dos 10 que atendi 9 tinham dengue ou chikungunya. Eu quero fazer um alerta: estamos em uma época de calor, de umidade, os números estão começando a preocupar e aumentar. As autoridades de vigilância epidemiológica estão atentas, mas a população também precisa ficar atenta”, disse.  

O médico também alertou para uma situação em um contexto de pandemia da Covid-19. “Confesso que me deu um certo desalento, porque eu acompanho os médicos de pronto-socorro e faço ambulatório e a gente pode perceber esse incremento e vai ser terrível se nós tivermos a convergência de três doenças tão complexas quando dengue, Covid-19 e chikungunya”, afirmou.

O infectologista explica que dengue e chikungunya são doenças endêmicas, ou seja, se repetem de tempos em tempos em regiões específicas. 

“São doenças que tem um ciclo. Normalmente, dengue você tem de 2 a 4 anos que fica tranquilo e ela vem e dá um pico. Depende da introdução do sorotipo e da mudança do perfil de imunidade da população. Neste ano como a gente cuidou muito de Covid-19, as outras áreas da medicina sofreram”, contou. 

Ele afirmou ainda que esses fatores podem agravar mais a situação. “Na minha área, doenças infecciosas, infecção hospital, resistência bacteriana aumentou. Sem dúvida nenhuma as equipes de controle de vetor e de doenças mobilizadas com Covid-19, esse ano talvez a gente tenha, por característica da sazonalidade e talvez um pouco por ter baixado a guarda e por ter que cuidar de Covid-19”, explicou.   

De acordo com o Ministério da Saúde, houve 979 mil casos suspeitos de dengue no Brasil no ano passado. No caso da chikungunya, os números também são considerados relevantes: cerca de 80 mil notificações. É o que indicam os registros oficiais, já que a pandemia pode ter provocado subnotificação ou confundido o diagnóstico.

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