O Ministério da Saúde confirmou na quinta-feira (17) 32.970 diagnósticos de Covid-19 em 24 horas. O número representa um aumento de 162% em relação às duas semanas anteriores. Ao todo, são 34.971.043 infectados pela doença no Brasil desde o início da pandemia.
Apesar do disparo nos números de casos, as mortes permanecem em estabilidade, foram 71 registros em um dia. O acumulado de vítimas soma 688.835 mortes pela doença.
Segundo o ministério, o Mato Grosso do Sul e o Tocantins não atualizaram os dados.
Em uma média de sete dias, indicador atualizado pelo site Poder 360 mostra que a média móvel de mortes no Brasil é de 34. A curva apresenta tendência de queda, com variação de -25% em relação há duas semanas. Considera-se que há tendência de alta quando a variação da curva na comparação com 14 dias antes é superior a 15%. O movimento é de queda quando a diferença é inferior a -15%. Há estabilidade quando a oscilação fica na faixa de 15% a -15%.
A média móvel de casos indica 11.638 registros por dia. Os dados mostram tendência de estabilidade, com variação de 162% em relação a duas semanas anteriores.
O Brasil registra 3.229 mortes por milhão. A pior situação é a do Rio de Janeiro, com 4.348 vítimas por milhão. As taxas consideram o número de mortes confirmadas pelo Ministério da Saúde e a estimativa populacional do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para o ano de 2021 em cada unidade da Federação.
Máscaras
Com aumento no número de casos, diversas cidades do País retomaram a recomendação ou obrigatoriedade do uso de máscaras em espaços públicos ou com aglomeração. Entre os exemplos que determinaram a volta do item estão: a Câmara Municipal de São Paulo, Belo Horizonte e a USP (Universidade de São Paulo). Já outros locais estão optando pela recomendação, sem obrigatoriedade, da máscara.
A AMB (Associação Médica Brasileira) e a SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) divulgaram na segunda-feira (14) um boletim em que fazem um alerta para o aumento de casos de Covid-19 no país.
Na nota, as instituições defendem a volta do uso de máscaras de proteção e pedem aquisição de mais doses de vacina para garantir o aumento da cobertura vacinal na população, incluindo todas as crianças de 6 meses a 5 anos, independente da presença de comorbidades.
Registros
Passados os primeiros dez meses deste ano, marcado pelo maior controle da pandemia de Covid-19 e aumento da vacinação, o número de óbitos no Brasil ainda não retornou ao patamar anterior à crise sanitária no País. Levantamento inédito junto aos Cartórios de Registro Civil do Brasil aponta que o número de mortes em 2022 é 14% maior que o computado em 2019, e oito vezes maior que o crescimento anual médio de óbitos registrado no país antes da doença causada pelo novo coronavírus.
Os dados constam no Portal de Transparência do Registro Civil, administrado pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos 7.658 Cartórios de Registro Civil — presentes em todos os 5.570 municípios brasileiros —, e cruzados com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que utilizam como base os dados dos próprios cartórios brasileiros.
O ainda alto número de óbitos em 2022 chama mais atenção quando comparado em relação à média da evolução de mortes ano a ano no país, que variou, em média, 1,8% entre 2010 e 2019. Durante este período, a maior variação no número de óbitos no Brasil tinha ocorrido em 2016, quando registrou crescimento de 4,3%. Com exceção aos anos de 2020 e 2021, auge da pandemia no Brasil, quando os óbitos cresceram 11,8% e 23% de um ano para o outro, o ainda alto número de mortes em território nacional sugere que ainda podem haver fatores impactantes relacionados à doença.
Com o aumento da vacinação e o maior controle da pandemia, a Covid-19 deixou de liderar o ranking de mortes por doenças no país, apresentando queda de 97,5% entre janeiro e outubro de 2022 em relação ao ano passado. Em 2021, no período analisado, foram registradas 495.761 mortes causadas pelo novo coronavírus frente a 59.456 neste ano. No entanto, outras doenças, algumas delas relacionadas a sequelas da doença passaram a registrar crescimento diferenciado no país.