Caso Scarpa: Justiça bloqueia malote de pedras preciosas da Xland

Empresa acusada de golpe com criptomoedas afirma ter R$ 2 bilhões em alexandritas como garantia de investimento

Da redação

Caso Scarpa: Justiça bloqueia malote de pedras preciosas da Xland
Gustavo Scarpa em partida pelo Palmeiras
Cesar Greco/Palmeiras

Gustavo Scarpa conseguiu na Justiça bloquear o malote em que a empresa de criptomoedas Xland afirma ter 20kg de pedras de alexandrita, equivalentes a R$ 2,1 bilhões. O meia-campista tenta recuperar R$ 6 milhões investidos em criptomoedas a empresa, apresentada por William Bigode, ex-colega no Palmeiras. 

As pedras foram apresentadas pela empresa como garantia para que o jogador aplicasse a quantia milionária. Na decisão da 10ª vara cível do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, Scarpa tentava o bloqueio de R$ 5,36 milhões, mas só foram encontrados R$ 674,89 nas contas da Xland. 

Como o encontrado foi apenas este valor, a Justiça bloqueou o malote que está lacrado em São Paulo. Na decisão, a Justiça informa que diante da segurança para transportar o produto, "não há como se efetuar a busca e apreensão dos bens depositados".

Entenda o caso

O atual jogador do Nottingham Forest, da Inglaterra, investiu R$6,3 milhões na empresa Xland, que gere investimentos em moedas e ativos virtuais. A gestora foi indicada por William Bigode, com quem jogou no Palmeiras. Scarpa começou a investir os valores em junho de 2020.  

Em agosto do ano passado, o jogador tentou resgatar parte de seu dinheiro e não conseguiu, o que levantou a suspeita de golpe. A promessa era de que o lucro poderia chegar a 5% ao mês, valor muito acima dos rendimentos disponíveis no mercado.  

Também colegas de Palmeiras, os jogadores Mayke e Weverton investiram com a empresa. Além da Xland, Scarpa e Mayke processam outras duas companhias: WLJC e Soluções Tecnologia. 

Juntos, eles tentam reaver mais de R$10 milhões investidos. A WLJC tem William Bigode como sócio proprietário.  

O Ministério Público do Acre (MP-AC) investiga a Xland por suspeita de pirâmide financeira. Segundo nota do órgão, a empresa prometia lucros exorbitantes às custas de dinheiro pago por outros investidores, ao invés de receita gerada pelo negócio - tipo de operação chamado de esquema de Ponzi.  

Além disso, a empresa, que tem filial em Rio Branco, responde a três processos na Justiça acreana, sob acusações de calote aos investidores.

Em nota a uma emissora de televisão, Willian Bigode negou as acusações, disse que também é vítima de um golpe e que teria perdido R$17,5 milhões investindo em criptovativos. O jogador afirma que não recebeu o resgate de valores, que solicitou em novembro do ano passado.

Os sócios da Xland afirmam que estão à disposição para cooperar com todas as autoridades e para esclarecer todas as dúvidas em relação aos procedimentos jurídicos que serão adotados para honrar o pagamento dos clientes.

Tópicos relacionados

Mais notícias

Carregar mais