Foi retomada nesta terça-feira (14) a audiência de instrução e julgamento do caso Henry. Até esta quarta (15), mais de 10 pessoas vão ser ouvidas na 2ª Vara Criminal do Rio, entre testemunhas de acusação e de defesa de Monique Medeiros, mãe de Henry, e do ex-vereador Jairinho.
Entre as pessoas ouvidas, esteve a cabeleireira Tereza Cristina dos Santos, que havia dito à polícia que escutou uma conversa de Monique com Henry, por videochamada com a babá, Thayná de Oliveira, onde o garoto teria relatado as agressões do padrasto. Em seu depoimento, ela confirmou a versão na corte, dizendo que viu o vídeo onde Henry aparecia mancando, além da pergunta de que se ele “atrapalhava a vida” da mãe.
A sessão também foi marcada por interrupções por discussões entre os advogados de defesa de Monique com a acusação e a juíza Elizabeth Louro.
A audiência começou por volta das 9h30. Além da cabeleireira, serão ouvidas mais duas testemunhas da defesa. Também prestarão depoimento as testemunhas apontadas pela defesas de Monique e Jairinho. Coronel Jairo, pai do ex-vereador, também vai depor.
Já o Ministério Público desistiu do depoimento do perito legista subscritor dos laudos de exames de necropsia. Segundo o órgão, os esclarecimentos podem ser dados por escrito.
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Caso Henry
O ex-vereador Jairinho é reu por homicídio triplamente qualificado e tortura, além de coação de testemunhas, pela morte de Henry Borel, de 4 anos, em 8 de março, em seu apartamento na Barra da Tijuca, no Rio. Já a mãe de Henry, Monique Medeiros, foi denunciada por homicídio, tortura omissiva, falsidade ideológica e coação de testemunha. Eles estão presos desde abril.
Jairinho também é acusado de agressão e tortura em outros dois casos: a tortura da filha de uma ex-namorada, entre 2010 e 2013, além do caso de agressões contra o filho de ex-namorada Débora de Mello Saraiva, que teriam sido cometidas entre 2015 e 2016.
Especialistas que acompanharam o caso e tiveram acesso aos laudos periciais acreditam -- com base na descoloração das marcas no corpo do garoto -- que Henry pode ter morrido no fim da noite de 7 de março, e que o corpo pode ter ficado no apartamento por quase cinco horas antes de Monique e Jairinho levarem o menino ao hospital, por volta das 4h.
Com o desenrolar do caso, Jairinho teve o mandato cassado como vereador do Rio em 30 de junho. Ele foi o primeiro parlamentar da história da Câmara de Vereadores fluminense e perder o cargo.