O diretor do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP), Antônio Ricardo, conversou ao vivo com a apresentadora Catia Fonseca, no Melhor da Tarde desta terça, 25, sobre o assassinato do pastor Anderson pela deputada federal pelo Rio de Janeiro, Flordelis. O delegado aguarda resposta da Câmara dos Deputados para a cassação do mandato da ré.
“Por causa da legislação não permitir prisão de parlamentares, Flordelis foi indiciada, mas não será presa neste primeiro momento. Esperamos que parlamento tome uma decisão interna, no sentido de cassar esse mandato para que ela, futuramente, venha responder esse crime em cárcere privado”, disse o delegado. “Também esperamos que a decisão seja tomada o quanto antes", continuou. "Soube que o partido dela [PSD] já se manifestou e vai excluí-la dos quadros. Esperamos que ela não represente mais o estado, nem represente os interesses do cidadão fluminense.”
A deputada e seus 11 filhos foram indiciados pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, falsidade ideológica, uso de documento falso e organização criminosa. E, segundo Antônio, é possível que outras pessoas também estejam envolvidas. “Felizmente, ontem, prendemos boa parte dessas pessoas, mas não descartamos novos desdobramentos (...). Há uma possibilidade que outras pessoas estejam envolvidas”, respondeu.
Flordelis foi encontrada na manhã de ontem, 24, em casa. Segundo o delegado, apesar de chorar, a deputada parecia já estar esperando pela abordagem. “Me pareceu que ela já esperava por esse momento, isso foi a impressão que passou pra mim e pros demais. Qualquer pessoa que não tem problema com a polícia, quando é recebida pelos policiais às 6h da manhã, ficaria constrangida, mas ela não. Ela pareceu esperar por esse momento, assim como demais familiares presos”, disse ele.
Questionado por Catia sobre o que mais lhe chamou atenção no caso, além do assassinato em si, o delegado disse que foi a justificativa de Flordelis para o ato, de que a separação apenas não seria aceita por Deus. “O que nos chamou muita atenção foi ela preferir matar o pastor Anderson, do que se separar dele, com o argumento que, socialmente, a separação não seria aceita (...). O pastor Anderson era uma pessoa marcada pra morrer. Já tinham tentado envenená-lo em outras oportunidades, já tinham contratado pistoleiro de aluguel para tentar matá-lo, mas, por situações alheias, o crime não havia acontecido antes.”