A Polícia Civil de São Paulo abriu inquérito para investigar uma denúncia de racismo na estação Ana Rosa, linha 1-Azul do Metrô da capital paulista, na noite desta segunda-feira (2).
Segundo a vítima, Welica Ribeiro, uma mulher loira que estava sentada no vagão, identificada como Agnes Vajda, pediu para que ela, que é uma mulher negra, se afastasse porque seu cabelo “poderia transmitir alguma doença”.
Outros passageiros que estavam perto ouviram a declaração e, revoltados, começaram a gravar com o celular. Em um desses vídeos, obtido pela Band, o irmão da vítima afirma que “todo mundo ali viu" o que tinha acontecido e diz que vai acionar os seguranças.
“Você não pode falar assim”, afirma o rapaz. “Eu só disse que ela tem que cuidar do cabelo senão pode passar algum tipo de doença”, confirma a mulher.
Os seguranças foram chamados e levaram vítima, agressora e testemunhas a uma sala do Metrô. A Polícia Militar chegou em seguida e encaminhou todos ao 27º DP, na zona sul, onde foi registrada a ocorrência.
Agnes Vajda prestou depoimento no começo da madrugada e foi liberada pela Polícia Civil. O inquérito vai apurar suposto caso de injúria racial.
Vítima ficou “em choque”
À reportagem da Band, Welica Ribeiro narrou como tudo aconteceu. “Eu entrei no Metrô, sentei e do meu lado tinha uma senhora que do nada virou e falou que eu deveria tomar cuidado com meu cabelo porque estava próximo ao rosto dela e poderia causar uma doença. Ela repetiu isso algumas vezes."
Samuel Lopes, uma das testemunhas, confirmou. “Foi do nada, ela virou e falou isso: ‘pode tirar seu cabelo daqui, está encostando em mim e pode me passar uma doença’. Ela [a vítima] ficou em choque, não entendeu, ninguém espera ouvir esse tipo de coisa”.