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Caso Bernardo: Leandro Boldrini é condenado pelo assassinato do filho

Réu recebeu pena de 30 anos e 8 meses de reclusão pelo crime de homicídio quadruplicado

Da redação

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Reprodução/Band TV

Leandro Boldrini, pai do menino Bernardo, assassinado em 2014, foi condenado na noite desta quinta-feira (23). O réu recebeu a pena de 30 anos e oito meses de reclusão em regime fechado, pelo crime de homicídio quadruplamente qualificado. 

O crime é caracterizado por motivo torpe, asfixia, recurso que dificultou defesa da vítima e ocultação do crime. Leandro também foi condenado por falsidade ideológica. 

Dos crimes que ele foi acusado, Leandro Boldrini foi absolvido pelo júri apenas do crime de ocultação do cadáver. O julgamento demorou quatro dias e terminou apenas na noite desta quinta (23). 

Sem o interrogatório do réu, o júri avançou direto para a etapa final, dos debates orais. 

Relembre o caso

Bernardo desapareceu em 4 de abril de 2014. Seu corpo foi encontrado dez dias depois, enterrado em uma cova vertical dentro de uma propriedade às margens de um riacho na cidade vizinha de Frederico Westphalen. No mesmo dia, o pai e a madrasta da criança, Graciele Ugulini, foram presos acusados de serem, respectivamente, o mentor intelectual e a executora do crime. A amiga dela, Edelvânia Wirganovicz, também foi presa por ajudar no assassinato. Dias depois, Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvânia, foi preso por ser quem preparou a cova onde o menino foi enterrado. 

A Promotoria alega que Leandro e Graciele não queriam dividir com Bernardo a herança deixada pela mãe dela, Odilaine (falecida em 2010), e o consideravam um estorvo para o novo núcleo familiar.

Os quatro réus foram condenados em 2019, mas o júri de Leandro foi anulado em dezembro de 2021.

De acordo com as investigações, o assassinato de Bernardo teve início em Três Passos, por volta das 12h, e terminou com sua execução, às 15h do mesmo dia, em Frederico Westphalen. Graciele, a pretexto de agradar o menino, o conduziu até Frederico Westphalen. Ao iniciar a viagem, ainda em Três Passos, deu ao enteado midazolam – medicação de uso controlado – sob argumento de que era preciso evitar enjoos. Em seguida, já na cidade vizinha, Graciele e Bernardo se encontraram com Edelvânia, amiga da madrasta. Os três seguiram para local antecipadamente escolhido na Linha São Francisco, distrito de Castelinho, próximo a um riacho, onde a cova foi aberta dias antes por Evandro.

Dando sequência ao crime, Graciele, sempre com integral apoio moral e material de Edelvânia, mais uma vez enganando a vítima, agora a pretexto de lhe dar uma “picadinha”, para ser “benzida”, aplicou em Bernardo injeção de midazolam em quantidade suficiente para lhe causar a morte, conforme laudo pericial que atesta a presença do medicamento no estômago, rins e fígado da vítima. O menino acabou morto por uma superdosagem de medicamento.

Segundo a denúncia, o médico Leandro Boldrin foi mentor e incentivador da atuação de Graciele. Também ajudou a reunir os colaboradores para a execução do homicídio, criação de álibi e fornecer meios para acesso à droga midazolam, utilizada para matar a vítima. 

Após Bernardo ser morto e enterrado, Leandro fez um falso registro policial do desaparecimento de Bernardo para que ninguém descobrisse o crime.
 

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