Carro levado pela enchente causada por ciclone extratropical cai em túmulo no RS

Imagem foi registrada no cemitério Pedro Freiberger, em Caraá; cidade é uma das mais afetadas pelo desastre climático no estado

Da redação

Carro levado pela enchente causada por ciclone extratropical cai em túmulo no RS
Carro acabou em cima de túmulo
REUTERS/Diego Vara TPX IMAGES OF THE DAY,

Uma cena impressionante foi registrada no Cemitério Pedro Freiberger, em Caraá, Rio Grande do Sul. A cidade é uma das mais atingidas pelo ciclone extratropical que atingiu o estado nos últimos dias. 

O carro, levado pelas fortes enchentes que atingiram a região, acabou em cima de um túmulo do cemitério. O local fica próximo ao Rio dos Sinos, que elevou em decorrência do ciclone e invadiu a cidade. 

Em entrevista à BandNews FM, o prefeito da cidade, Madgiel dos Santos Silva, afirmou que "os estragos são incalculáveis e a cidade foi devastada". Segundo ele, o município ainda tem acessos e estradas bloqueadas, além de comunidades isoladas.

A Defesa Civil confirmou na tarde desta segunda-feira (19) que subiu para 14 o número de mortos após a passagem de um ciclone extratropical pelo Rio Grande do Sul. Outras duas pessoas seguem desaparecidas.

Os óbitos foram registrados nos municípios de Maquiné, São Leopoldo, Esteio, Novo Hamburgo, Gravataí, Caraá, Bom Princípio e São Sebastião do Caí. Os estragos no estado ainda estão sendo contabilizados. Pelo menos 4913 pessoas estão desabrigadas e outras 797 desalojadas em todo o estado.

O que é ciclone extratropical?

O ciclone extratropical é um sistema de baixa pressão atmosférica que surge fora dos trópicos. É associado às frentes frias e encontrado nas médias e altas latitudes. No Hemisfério Sul, os ciclones giram no sentido dos ponteiros dos relógios, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec).  

O ciclone que atingiu o sul do país - associado a uma frente fria - formou-se no Oceano Atlântico no decorrer da semana. A área de baixa pressão nos médios e altos níveis da atmosfera potencializou a formação do ciclone em terra, transportando a umidade do oceano para o continente.  

O que provoca? 

Quando o ciclone se aproxima do continente, aumenta a possiblidade de danos, com deslizamentos e chuvas e ventos fortes. “Isso que traz risco maior, com previsão de chuva excessiva, acumulados muito altos e ventos fortes”, explica a meteorologista Estael Sias, em vídeo publicado no canal da MetSul, plataforma com conteúdo meteorológico.  

Para se ter uma ideia, as rajadas de vento superam 80 km/h na Região Sul, conforme previsão do Instituto Nacional de Meteorologia - Inmet. Os volumes de chuva ultrapassam 100 milímetros (mm) em 24 horas. Além dos estados do sul, o fenômeno atingiu também áreas do estado de São Paulo.  

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