A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), palestrou em prol da democracia no segundo dia do seminário “Como Renasce a Democracia”, organizado pelo Sesc São Paulo, unidade Pompeia. O evento, nesta quarta-feira (26), também contou a participação de outros intelectuais, como a escritora Rosiska Darcy, membro da Academia Brasileira de Letras.
A fala de Cármen Lúcia durou cerca de uma hora e meia, ocasião em que relembrou momentos históricos da democracia brasileira. Quanto ao passado mais recente, a magistrada relembrou-se dos ataques do 8 de janeiro, quando criminosos invadiram e depredaram o STF, Congresso Nacional e Palácio do Planalto.
Na sequência, a ministra usou a expressão “modelos plurais” para se referir “às democracias”, desde que, segundo ela, haja espaço para as diferenças e libertação. Na ocasião, aproveitou para condenar posturas de ditaduras.
Para mim, as democracias são modelos plurais, desde que, na base, se tenha espaços de libertação e espaços de igualação para que, responsavelmente, todos nós sejamos capazes de nos realizar como um povo. Ditadura é regime de ódio. Democracia é baseada no afeto libertador que faz com que cada um de nós seja o ser humano igual ao outro (Cármen Lúcia)
Ao citar os ataques de 8 de janeiro, reforçou que a democracia brasileira não se abalou, mas que, para isso, é necessário um “terreno em que este reflorescimento democrático se faça a partir da cidadania”.
Outras atrações
O segundo dia do seminário “Como Renasce a Democracia”, além da participação da magistrada do STF, contou com o painel “Para construir uma cultura política e democrática”. Os debates, mediados pela historiadora Heloisa Starling, tiveram as contribuições do cientista político Miguel Lago, das escritoras Rosiska Darcy e Eliana Sousa Silva e do pedagogo Fernando José de Almeida.
O encerramento do evento contou com a performance poética de Ricardo Aleixo e Alvimar Liberato Nunes, intitulada “Revide Verso: canções e poemas-panfletos”. A curadoria do seminário é de Heloisa Starling.