Canhão portátil apreendido no Rio era descartável e não tinha utilidade

Fuzileiro naval da reserva explicou que o equipamento era usado como suvenir por recrutas das Forças Armadas

Da redação

Canhão portátil foi apreendido em operação contra o roubo de cargas
Divulgação Polícia Civil do RJ

A arma apontada como canhão pela Polícia Civil do Rio de Janeiro durante operação contra roubo de cargas, na verdade, é descartável. Como já foi utilizada, ela não teria mais utilidade num eventual confronto. Por outro lado, a ferramenta é similar ao armamento usado na guerra na Ucrânia. Na operação, as autoridades prenderam Silvano Rodrigues da Silva, condenado por roubo de cargas. 

Apreensão aconteceu na favela do Mandela, em Manguinhos, zona Norte do Rio de Janeiro. O Alac, nome técnico do canhão portátil, consegue atingir alvos a 300 metros. Segundo oficiais da reserva da Marinha, até 20 anos trás, o objeto costumava virar uma espécie de suvenir para os recrutas das Forças Armadas.

Muitos desses canhões são vendidos para o tráfico, explicou Robinson Farinazzo, fuzileiro naval reservista.

“É praticamente impossível que uma munição dessa saia do quartel com capacidade de emprego, porque o controle é rigorosíssimo. Depois que atirou, joga fora. Não serve para mais nada”, disse o militar à reportagem do Jornal da Band

Allan Turnowski, secretário de Polícia Civil do Rio de Janeiro, explicou que o armamento, verdadeiro ou falso, gera pânico. Já o antropólogo e ex-capitão do Bope criticou a forma como o equipamento foi apresentado.

“Se ele era um simulacro, e foi encontrado junto com os traficantes, simplesmente para essa intimidação, de maneira que mais que produzir mal é produzir medo, eu acho que foi hiperdimensionado a forma como o equipamento foi apresentado”, analisou Turnowski.

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