O arquiteto mineiro Gustavo Penna, premiado e renomado em todo o país, criticou o fenômeno de destruição de casas históricas para, no lugar, serem erguidos “prédios horrendos”. Segundo o entrevistado do Canal Livre deste domingo (9), a prática é uma praga nas grandes e pequenas cidades.
“A gente tem um objeto de valor, uma coisa histórica, e guarda esse objeto de valor. A casa, não. Você demole a casa e constrói um prédio horrendo no lugar. Que gesto louco. Isso não é só nas grandes cidades. Cidadezinhas do interior, cidades da região do ouro, cidades históricas vão perdendo a característica, e os prefeitos vão achando que aquilo é bacana. É uma praga”, lamentou o arquiteto.
O Canal Livre desta semana tem a apresentação de Rodolfo Schneider e participação dos jornalistas Fernando Mitre, Olívia Freitas e Gisele Kato. O programa vai ao ar às 20h, na BandNews TV, com transmissão simultânea canal Band Jornalismo, no YouTube. Na TV aberta, a exibição ocorre à meia-noite.
“Destruição de casas lindas”
Na entrevista, Penna exemplificou uma prática que se tornou corriqueira nas cidades, ao citar a moda da construção da chamada “varanda paulista” nos prédios. A estrutura, segundo ele, consiste num telhado de latão, um problema quando está muito quente e quando chove.
“Eu lembro de uma cidade que foi invadida por um negócio chamado ‘varanda paulista’. Sabe o que é? Pagam o prédio e, no último andar, em vez de colocar cobertura encaixada, se faz uns pilares e colocam uma telha de lata. Quando chove, a cidade vira um pandemônio. Aquilo esquenta para burro e é feio. Vão destruindo as casas lindas e fazendo coisas horrendas”, continuou Penna.
Arquiteto premiado
Gustavo Penna é um renomado arquiteto mineiro, ganhador de prêmios internacionais e autor de projetos icônicos, como o Museu de Congonhas, o novo Estádio do Mineirão, a requalificação do edifício do Touring Club, em Brasília, projetado por Oscar Niemeyer, e o Memorial Brumadinho, um parque gigantesco que homenageia as vítimas da tragédia que matou 272 pessoas em Minas Gerais.