O ministro da Educação, Milton Ribeiro, defendeu a nomeação de Cláudia Mansani Queda de Toledo como a nova presidente da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Ribeiro destacou a experiência de Toledo como gestora e pesquisadora.
A avaliação foi feita em entrevista ao Canal Livre deste domingo (18). O programa vai ao ar às 20h na BandNews TV, e será exibido na Band depois da transmissão da NBA.
A nomeação da nova presidente da Capes provocou críticas no meio acadêmico, relacionadas ao currículo fraco de Toledo, e da militância de direita que apoia o presidente Jair Bolsonaro.
“Também recebi inúmeros elogios a respeito da doutora Cláudia que, para mim, é uma pesquisadora e uma gestora de uma grande instituição de ensino. Além do mais, ela tem se mostrado desde já uma pessoa que, tenho certeza, será capaz de levar a bom termo a gestão da Capes”, disse o ministro.
Toledo era reitora do Centro Universitário de Bauru, vinculado à sua própria família, onde Milton Ribeiro também estudou. Para o ministro, a chegada de Toledo ajudará a “unir forças” entre o ME (Ministério da Educação) e o Ministério de Inovação e Tecnologia, do ministro Marcos Pontes.
“Até o final do ano, teremos uma vacina brasileira. E isso é fruto da pesquisa do Brasil. Nós tivemos mais de 100 projetos na Capes sobre Covid. A pesquisa brasileira tem que ser focada em algo que estamos precisando. E o que estávamos precisando agora é exatamente saber um pouco mais sobre essa doença”, defendeu o ministro na entrevista.
“Visão que deve prevalecer é a do presidente Bolsonaro”
Perguntado sobre a relação com os reitores das universidades federais que, de acordo com o ministro, “pensam de uma maneira diferente”. “Eu sempre soube conversar e dialogar com as pessoas, embora eu não seja obrigado a aceitar a visão do outro, nem ele a minha. Mas, o que hoje deve prevalecer, e não tenho receio nenhum de dizer, é a visão política de mundo e de governança do presidente Bolsonaro sobre valores, princípios e maneira de lidar com as coisas”, afirmou.
“Não tenho nenhum receio de aceitar a opinião da esquerda –e sou criticado por isso-- se ela é lógica, se tem o fito de melhorar a educação brasileira. Tendo lógica e coerência, não tenho dificuldade nenhuma. Mas digo que deve prevalecer o caminho traçado pelas urnas de 2018”, ressaltou o ministro.
Reitores decidirão sobre retomada das aulas presenciais
Durante a entrevista, Milton Ribeiro destacou a autonomia universitária e afirmou que o retorno às aulas presenciais não será “geral, irrestrito e a qualquer preço”.
“O Brasil é país continental, e as realidades da pandemia em cada região são diferentes. Existem alguns lugares em que nós pudemos voltar um pouco antes, e o ensino híbrido tem sido colocado em prática de uma maneira muito direta. Mas cada reitor, cada conselho universitário --tratando de universidade-- tem liberdade para fazer um exame das condições sanitárias e poder retornar”.