O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), defendeu que envolvidos nos atos do 8 de janeiro sejam anistiados, mas negou discussão para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo o político goiano, a proposta deve abranger aqueles “usados como massa de manobra”.
A declaração de Caiado foi dada em entrevista ao Canal Livre exibido no último domingo (24). Conforme apontou o governador, não há proposta formalizada, na Câmara dos Deputados, para anistiar Bolsonaro de eventuais condenações por tentativa de golpe de Estado.
“Eu discutir anistia nunca teve a inclusão de Bolsonaro. O projeto de anistia, dentro da Câmara dos Deputados, é um projeto de anistia sobre as pessoas que participaram da invasão dos prédios do governo federal em 8 de janeiro. Então, não vamos misturar os sinais”, comentou Caiado.
No Congresso, aliados do presidente discutem anistiá-lo com os demais presos pelos atos do dia 8 de janeiro, em 2023, quando extremistas invadiram prédios da Praça dos Três Poderes, numa tentativa de destituir o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Muitos já foram condenados e cumprem penas relacionadas, entre outras coisas, a golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e vandalismo.
Não pode “pesar a mão”
Para Caiado, dado o histórico de depredações de prédios públicos por movimentos considerados de esquerda, não há necessidade de “pesar a mão” contra os presos pelo 8 de janeiro.
“Os que foram usados como massa de manobra não tem porque você pesar a mão em cima deles, sendo que, em outras circunstâncias, tantas depredações foram feitas, e essas pessoas, usadas como massa de manobra, não foram penalizadas”, completou o governador.
Caiado pré-candidato
Também no Canal Livre, Caiado confirmou que lançará a pré-candidatura dele à presidência da República, possivelmente após o Carnaval de 2025. Na entrevista, o governador reforçou críticas ao governo federal, sob a gestão de Lula.