Com o fechamento da janela partidária e a data limite para deixar cargos no poder executivo, a semana teve reviravoltas na corrida presidencial e rompimento de algumas alianças.
Diante de um cenário que aponta para uma polarização entre Lula (PT) e Bolsonaro (PL), as articulações seguem em busca de alternativas para a chamada terceira via.
Em entrevista aos jornalistas Rodolfo Schneider, Fernando Mitre e Eduardo Oinegue no Canal Livre deste domingo (3), a pré-candidata do MDB Simone Tebet disse que as negociações para a união dos candidatos da chamada terceira via está muito próxima de um consenso.
“Acho que nunca estivemos tão próximos de um consenso. O próximo passo será os presidentes estarem juntos para vir a público, inclusive através da imprensa, para dizer "estamos unidos e teremos candidatura único". É consenso já isso. Estive com o Doria, jantei com o Doria. Estive antes com o Moro, que agora não faz mais parte. Mas nós fizemos um pacto junto com o presidente do MDB e do presidente do PSDB. Haverá uma única candidatura do centro democrático, por isso que digo que não é mais terceira via, é a via”, afirmou.
Sobre a adesão de Ciro Gomes (PDT) nessa possível união, a senadora se mostrou cética e disse que “ele não se inclui dentro desse centro democrático”.
Polarização
Simone Tebet também afirmou que a polarização entre Lula e Bolsonaro, que aparecem a frente nas pesquisas eleitorais, preocupa.
“Quem quer que ganhe no segundo turno entre Bolsonaro e Lula vai levar o segundo turno para 31 de dezembro de 2026. O Brasil não vai ter paz. Eu diria que são os dois lados da mesma moeda. Eles radicalizam, vivem dessa radicalização, vivem dessa polarização porque lhes convém eleitoralmente”, explicou.
Para a senadora, nenhum dos dois candidatos está preocupado com o povo brasileiro e seus reais problemas como a fome, miséria e desigualdade social.
“Se estivessem, não estariam radicalizando e levando o Brasil, praticamente, para o buraco. O que grande parte do problema do Brasil, econômico, é a instabilidade institucional e jurídica. Um flerta com autoritarismo e o outro com o populismo, que não deu certo”, explicou.
Na avaliação de Tebet, o candidato que tiver a menor rejeição pode sair vitorioso nas eleições presidenciais desse ano.
“O melhor que se apresenta não é quem pontua nas pesquisas, mas quem tem a menor rejeição. Então entre voltar ao passado e o presente, não é possível que esse Brasil não tenha mais nada a oferecer para o futuro. Então me apresento. Faço parte de um centro democrático, que perante a população brasileira, que não me conhece. Esse é meu principal motivo”, explicou.