O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), prevê uma exploração “cautelosa” de petróleo na Margem Equatorial, faixa oceânica entre as regiões Norte e Nordeste do país. Nesse contexto, o governo está dividido, pois a Petrobras quer iniciar a perfuração do primeiro poço para investigar se há ou não óleo de origem fóssil na região.

A declaração do ministro foi em entrevista ao Canal Livre deste domingo (17), transmitido pelo BandNews TV, às 20h, com a apresentação de Rodolfo Schneider e participação dos jornalistas Fernando Mitre, Eduardo Oinegue e Juliana Rosa. A partir de meia-noite, o programa é reexibido na TV aberta, na tela da Band.

Eu acredito, por tudo que tenho ouvido dentro do governo, que vai preponderar uma visão cautelosa de que tem [que explorar] mesmo (Haddad)

Em outra ocasião da entrevista, o ministro reforçou a importância ecológica da região em as investigações por petróleo serão iniciadas, na costa do Amapá, a quilômetros da Foz do Rio Amazonas. A área possui vasta biodiversidade, o que faz o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) pisar no freio quanto ao autorizar a exploração pela Petrobras.

“É um santuário de biodiversidade. Tem que cuidar. A Foz do Amazonas ali... Quem conhece aquilo sabe que de uma riqueza espetacular. Agora, quilômetros ali do lado, a Guiana está explorando na plataforma na Margem Equatorial. Vamos tomar cuidado, com toda cautela. Vamos deixar o petróleo de lado não por falta de petróleo”, continuou Haddad.

Ibama negou exploração

Enquanto uma parcela do governo e de setores da economia, sobretudo os das regiões em estudo, defendem a exploração, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva reforça o apoio dela ao Ibama no que diz respeito às exigências técnicas para a Petrobras iniciar os trabalhos.

Em maio deste ano, o Ibama o negou o pedido de exploração e argumentou que a decisão foi tomada “em função do conjunto de inconsistências técnicas” para a operação segura em uma nova área exploratória. Marina defendeu que a atuação do órgão foi técnica.

Do AP ao RN

Considerada a mais nova fronteira petrolífera do país, a Margem Equatorial está localizada entre o Amapá e o Rio Grande do Norte, mas chega a nível internacional. Acontece que já houve descoberta de petróleo na Guiana Francesa, o que alimenta as expectativas para o potencial no Brasil.