O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), acredita que a confiança do setor empresarial no governo voltou. A declaração foi dada em entrevista ao Canal Livre que vai ao ar neste domingo (16), após pergunta do jornalista Fernando Mitre.
O BandNews TV transmite o Canal Livre às 20h, com a apresentação de Rodolfo Schneider e participação dos jornalistas Fernando Mitre, Eduardo Oinegue e Juliana Rosa. A partir de meia-noite, o programa é reexibido na TV aberta, na tela da Band.
“[A confiança dos empresários no governo] voltou [...]. Eu penso que nós estamos vivendo o momento em que se exige cuidado, porque tem toda vigilância em relação a gastos, ao que se aprova no Congresso, ao que se decide no Judiciário. Tem muita coisa para olhar, mas eu penso que, se a gente persevera nesse caminho, nós vamos colher os frutos dessa política fiscalmente sustentável”, disse o ministro.
Para o ministro Haddad, a tendência de queda dos juros e as vantagens geopolíticas do Brasil, em relação ao mundo, fomentam mais investimentos.
O juro vai cair, e os empresários estão ávidos para investirem no Brasil, até pelas nossas vantagens competitivas, neste momento geopolítico mundial (Haddad)
Independência do BC
Ao ser perguntado por Juliana Rosa sobre a relação do governo com um Banco Central (BC) independente, o ministro destacou o respeito do Planalto à autarquia. Por outro lado, enfatizou a capacidade de negociação do governo com o Congresso, Judiciário e o próprio órgão presidido por Roberto Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Essas pontes que estamos construindo, desde o começo do ano, são técnicas. Ninguém está fazendo barganha nem pressão. Nós estamos querendo criar, com o Congresso, Judiciário, banco Central, cada um com seu papel, uma interlocução de alto nível”, analisou Haddad.
Queda de braço
No primeiro semestre, o governo travou uma queda de braço com o BC a respeito dos juros. O Planalto fazia apelos para que o órgão, independente desde 2021, reduzisse a Selic, sob a alegação de que a taxa alta encarece o crédito e retrai a economia. Por outro lado, a autarquia se mantinha conservadora, pois temia o aumento da inflação.
Somente em agosto, pela primeira vez em três anos, o BC reduziu a Selic em 0,5 ponto percentual. Com isso, a Selic saiu de 13,75% para 13,25% ao ano, mas com perspectivas para mais variações negativas até o final do ano, num contexto de controle inflacionário.