Canal Livre: Governo não tem base orgânica e estrutura no Congresso, diz Schüler

Canal Livre deste domingo analisa a articulação política do governo, a retirada da PL das Fake News da pauta da Câmara e a investigação contra Bolsonaro

Da redação

O Canal Livre deste domingo (7) analisa os eventos que agitaram Brasília essa semana como a retirada do PL das Fake News da pauta da Câmara dos Deputados; a articulação política do governo do presidente Lula, a tramitação do arcabouço fiscal e da reforma tributária no Congresso Nacional e a operação da Polícia Federal que investiga a suspeita de falsificação do cartão de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Articulação do governo

Na avaliação do cientista político Fernando Schüler, o governo federal não possui uma base orgânico e estruturada no Congresso para garantir a aprovação de matérias. Ele citou o marco do saneamento, que teve trechos de decretos derrubados.

“Governo não tem base orgânica e estrutura no Congresso. Está claro. O presidente Arthur Lira já falou. Todo mundo já fez muita análise sobre isso. Essas votações dessa semana têm características muito específicas. O marco do saneamento básico: o governo editou um decreto para mudar uma lei aprovada no Congresso há menos de três anos. Ai já começa um problema. Obviamente isso machuca o Congresso. Mudou o Congresso muito, teve renovação, mas a base do Congresso é a mesma. A liderança do Congresso é basicamente a mesma”, Schüler analisou.

Schüler também aponta para o fato de o governo não ter discutido os decretos com o Congresso.

“O governo não discutiu os decretos com o Congresso. Desde o início, o presidente Arthur Lira falou aqui na Band, mas já quando saíram os decretos do Lula, ele botou na rede social: 'olha, não aceitaremos retrocesso'. Chamou de retrocesso, colocou na rede social, reafirmou em várias entrevistas. Começou mal. O governo, acho que entrou com um pouquinho de soberba, um pouquinho de auto confiança. União Brasil, PSD, MDB e PSB votaram em massa contra. São 12 ministros”, completou.

"O Padilha é o que o país tem de melhor na articulação política. Quando você governa, você faz um acordo com a Câmara ou com o Senado sobre a aprovação de uma medida e você tem que cumprir alguma coisa, você tem que cumprir. Eu digo sempre para os nossos ministros o seguinte: tudo que você trata e não cumpre fica muito mais caro depois”, disse.

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