Canal Livre discute a crise entre Rússia e Ucrânia e seus efeitos no mundo

O ex-embaixador brasileiro nos Estados Unidos, Sérgio Amaral e também o PHD em relações internacionais Carlos Gustavo Poggio foram os entrevistados do programa deste domingo (27)

Da redação

Canal Livre discute a crise entre Rússia e Ucrânia e seus efeito no mundo Reprodução
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A origem da disputa e os interesses que estão em jogo na crise internacional que envolve a Rússia e a Ucrânia foram temas abordados do Canal Livre deste domingo (27), que recebeu o ex-embaixador brasileiro nos Estados Unidos, Sérgio Amaral e também o PHD em relações internacionais Carlos Gustavo Poggio.

Em entrevista aos jornalistas Adriana Araújo, Fernando Mitre e Moisés Rabinovici, o ex-embaixador Sérgio Amaral disse que a reunião entre as delegações russas e ucranianas com Belarus não deve ter um elemento novo, mas que um caminho já parece muito claro: “A Finlandização da Ucrânia: paz, soberania, mas fora da Otan.”

Sérgio Amaral também afirmou que Putin deve sair perdendo da disputa com a Europa.

“O Putin sai derrotado em relação a Europa. Porque o que ele conseguiu foi unir a Europa, o contrário do que ele queria. A Europa sai muito forte porque está capitaneando as sanções contra a Rússia. Está perdendo algumas vantagens econômicas? É evidente. Quando você ameaça de retirar os bancos russos do Swift, isso quer dizer que a Rússia vai ter mais dificuldade em receber, mas a Europa também. E a Europa está mostrando uma determinação e ao mesmo tempo uma decisão de uma união em torno de uma defesa própria que ela vinha hesitando há muito tempo. Acho que a posição da Europa elimina ou supera as divisões que havia e é muito surpreendente.

Putin assumiu enorme risco

Para o PHD em relações internacionais Carlos Gustavo Poggio, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, assumiu um enorme risco ao invadir a Ucrânia. E isso mostra que ele não está atento apenas a uma possível entrada do país do leste europeu na Otan.

“Eu acho que nesse ponto está claro que o objetivo do Putin não é mais só a questão da Otan. Acho que ele conseguiria manter da neutralidade ucraniana sem a necessidade de correr esse risco enorme de invadir o país. Acho que o Putin não se arriscaria tanto. Esse risco na Ucrânia é o maior que ele tomou em duas décadas no poder. Os riscos são enormes. Porque ele resolveu tomar esse risco? Não é só para tomar a Ucrânia. Ele quer algo mais”, disse.

Em relação aos próximos passos do conflito entre os dois países, Carlos Gustavo Poggio diz que será possível saber qual é a real motivação de Putin.

“Nós vamos descobrir agora se ele continua sendo um ator racional ou se pode tomar alguma medida irracional. Eu quero lembrar que nem o Stalin avançou as linhas da Otan.  O Stalin teve chance, ele poderia ter incorporado, por exemplo, a Alemanha Oriental. Ele nunca avançou um centímetro das linhas da Otan”, afirmou.

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