A Câmara Municipal de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, aceitou por unanimidade, na manhã desta quinta-feira (2) os pedidos do vereador Sandro Fantinel (sem partido), após ataques contra baianos.
Com a decisão em plenário da Câmara de Caxias do Sul, uma comissão parlamentar, com os vereadores Tatiana Frizzo (PSDB), Felipe Gremelmaier (MDB) e Edi Carlos Pereira de Souza (PSB), foi criada para determinar se vai ser feita ou não a cassação do mandato do político.
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul abriu um inquérito para investigar a possibilidade de crime de racismo nas declarações do político de Caxias do Sul, em relação a 200 trabalhadores que foram encontrados em situação análoga à escravidão. O Ministério Público também investiga o caso.
O partido Patriota anunciou nesta quarta-feira (1º) que o vereador Sandro Fantinel foi expulso da legenda após a repercussão da fala. Na nota emitida, o Patriota diz que o discurso está manchado por grave desrespeito a princípios e direitos previstos na Constituição Federal, que assegura a dignidade humana, igualdade, decoro, trabalho, entre outros.
“Essa situação torna inconcebível sua permanência nas fileiras do Patriota, partido que prima pelo respeito às leis, à vida e à equidade. Diante disso, o Patriota Nacional vem comunicar que Sandro Fantinel quanto à sua expulsão das fileiras do partido a partir da data desta quarta (1º)”, informou em nota. A decisão foi encaminhada para a Câmara de Caxias do Sul e para a Justiça Eleitoral.
Repercussão
O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), comentou a declaração do vereador em publicação nas redes sociais e a considerou xenofóbica. “Um vereador do Rio Grande do Sul defendeu o trabalho escravo nas vinícolas do estado e ainda foi xenofóbico e racista com baianas e baianos. Eu repudio veementemente a apologia à escravidão e não permitirei que tratem nenhum nordestino ou baiano com preconceito ou rancor”.
“É desumano, vergonhoso e inadmissível ver que há brasileiros capazes de defender a crueldade humana. Determinei, portanto, a adoção de medidas cabíveis para que o vereador seja responsabilizado pela sua fala”, completou.