Câmara de SP aprova em 1ª votação dar nome de Rita Lee ao Parque Ibirapuera

Projeto de lei é de autoria da vereadora Luna Zarattini (PT) e passará pela segunda votação no plenário do Legislativo paulistano. A rainha do rock brasileiro era frequentadora do local

Da Redação

Rita Lee
Reprodução/Redes Sociais

A Câmara Municipal de São Paulo aprovou nesta quarta-feira (10), em primeira votação, um projeto de lei que prevê a mudança de nome do Parque Ibirapuera, na Zona Sul da capital paulista, para Rita Lee. 

O projeto de lei é de autoria da vereadora Luna Zarattini (PT) e foi proposto logo após a morte da cantora. Rita Lee morreu 8 de maio de 2023, aos 75 anos, em São Paulo, ao redor do “amor de toda a família, como sempre desejou”

O texto ainda precisa passar pela segunda votação no plenário da Câmara Municipal e pela prefeito Ricardo Nunes (MDB) para entrar em vigor. Em caso de sanção do chefe do Executivo paulistano, o local será denominado “Parque Ibirapuera-Rita Lee”. 

“Rita Lee e o Parque do Ibirapuera são dois grandes patrimônios paulistanos. Desde sua infância, Rita visitava a Ibirapuera com sua família, antes mesmo de virar um parque Na época, Rita apelidou aquele grande espaço verde de ‘Floresta Encantada’”, escreveu a vereadora Luna Zarattini nas redes sociais. 

A parlamentar reforça que durante a juventude e vida adulta de Rita, a eterna rainha do rock brasileiro frequentou o parque e em inúmeras oportunidades declarou seu afeto pelo local. O Ibirapuera é citado por Rita em canções como "Vírus do Amor" e "Minas de Sampa". 

Em sua autobiografia, Rita Lee conta que ia semanalmente ao Planetário do Ibirapuera. Por conta desse vínculo, o velório da artista foi realizado no local. 

“Menos de um ano depois, nossa sugestão foi aprovada em votação aqui na Câmara e agora estamos lutando pela aprovação em segunda votação e para que o Prefeito aprove o projeto!”, finalizou a vereadora. 

Rita Lee 

Rita Lee nasceu e cresceu em São Paulo. Na adolescência, a artista começou a se interessar por música e em 1963 começou a carreira no Teenage Singers, com pequenos shows em festas colegiais. Três anos depois, ela entrou na banda Os Mutantes, cantando ao lado de Arnaldo Baptista e Sérgio Dias. 

A banda fez grande sucesso em festivais de música popular brasileira e, acompanhada dos componentes, Rita Lee fez álbuns solo. Em 1972, Rita saiu do grupo e se consagrou nacionalmente com a banda Tutti Frutti e em carreira solo, ao lado do marido e companheiro até o fim, Roberto de Carvalho. 

Dona de um estilo próprio e por vezes irônico, deixou a sua marca em grandes hits como “Ovelha Negra”, “Lança Perfume”, “Era Venenosa”, “Mania de Você” e tantos outros. 

Um dos momentos mais importantes do início da carreira foi durante a passagem pela banda Mutantes, em meados dos anos 60 e início da década seguinte, que fez história no cenário musical brasileiro ao mesclar rock progressivo com o tropicalismo. A saída da cantora da banda foi turbulenta, uma vez que ela foi expulsa do grupo após divergências artísticas e com Arnaldo Baptista – um dos integrantes e com quem ela era casada. 

Após a saída dos Mutantes, Rita formou uma dupla feminina com  Lúcia Turnbull – As Cilibrinas do Éden. Na sequência, entrou para o grupo Tutti Frutti nos anos 1970. Foi nessa época que ela conheceu o seu grande amor, o compositor e multi-instrumentista Roberto de Carvalho, com quem esteve casada por mais de 40 anos e pai de seus três filhos.

Rita e Roberto também formaram uma importante parceria musical, o que deu origem a clássicos como “Lança Perfume”, “Nem Luxo, Nem Lixo” e “Banho de Espuma” e outros hits que os levaram ao sucesso até mesmo internacional.

Ao longo da carreira, a cantora, vista como transgressora, revolucionou o gênero ao tratar de temas tratados como tabus, como menstruação, sexo, drogas. Uma das maiores artistas do Brasil, Rita Lee teve uma importância para além da música, trazendo um discurso de empoderamento feminino seja nas composições ou mesmo em entrevistas. 

Crítica e direta ao ponto, a cantora falou em sua autobiografia sobre feminismo e o que pensava dos rumos do movimento. “O que mais se vê é um feminismo chauvinista do vamobotáozmachoprafudê, desviando a artilharia do que é mais importante: salários iguais e o direito sobre o próprio corpo”, declarou.

Tópicos relacionados

Mais notícias

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.