O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a atacar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), durante cerimônia nesta quinta-feira (31) na qual oficializou a saída de ministros do governo para a disputa das eleições.
"Cala boca, bota tua toga e não enche o saco", disse Bolsonaro ao comentar, sem mencionar nomes, a decisão ministra Rosa Weber, do STF, que indeferiu pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) para arquivar inquérito contra ele, por suspeita de prevaricação no caso Covaxin.
Bolsonaro também defendeu a Ditadura Militar, no dia em que o Golpe de 1964 completou 58 anos. Disse que o Brasil seria uma "republiqueta" se não fossem as obras do "governo militar", se referindo ao período em que o País viveu sob ditadura.
Logo em seguida, no Twitter, um dos desafetos do presidente no STF, o ministro Luís Roberto Barroso, escreveu críticas à ditadura.
“Você sabia que desde 1988 temos o mais longo período de estabilidade institucional da vida brasileira? Que durante o período democrático o país conseguiu, finalmente, um mínimo de estabilidade monetária? E que todos os indicadores sociais do país melhoraram. Essa é a história”, pontuou Barroso.
O ministro também lembrou que durante a ditadura eleições foram canceladas, o Congresso Nacional foi fechado, parlamentares e professores foram cassados e estudantes proibidos de se organizarem”. Ele também destacou que “muitos brasileiros foram para o exílio para escapar da violência política”. E que “que durante a ditadura todas as músicas, todos os filmes e todas as novelas tinham que ser previamente submetidos ao Departamento de Censura”, além que “os jornais tinham censores nas redações decidindo o que podia ser publicado”.
O Brasil viveu os momentos mais duros da sua história recente na época da ditadura militar, que durou 21 anos, entre 1964 e 1985. O período foi marcado por torturas e ausência de direitos humanos, censura e ataque à imprensa, baixa representação política e sindical, precarização do trabalho, além de uma saúde pública fragilizada, corrupção e falta de transparência.
Bolsonaro ignorou a história brasileira e disse que "nada" ocorreu em 31 de março de 1964, quando o então presidente João Goulart foi derrubado e teve início o regime de exceção.