Butantan diz que mudança de diretriz para Coronavac deve passar pela Anvisa

Ministro Marcelo Queiroga disse que uso da vacina deve ser restrito a crianças e adolescentes de 5 a 18 anos

Narley Resende

Instituto Butantan diz que diretrizes para uso da Coronavac permanecem os mesmos
Rovena Rosa/Agência Brasil

O Instituto Butantan afirmou nesta segunda-feira (18) que alteração na indicação de aplicação da vacina Coronavac no País deve passar por votação da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 

Em nota, o instituto, que produz a vacina no Brasil, afirma que não recebeu nenhuma notificação sobre revogação do estado de Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional ou sobre alteração de permanência do uso emergencial da vacina

“Neste sentido não há qualquer mudança nas diretrizes de saúde pública”, diz o Butatan.

A nota é uma resposta ao ministro Marcelo Queiroga, que disse nesta segunda que o uso da vacina Coronavac contra a Covid-19 deve ser restrito a crianças e adolescentes de 5 a 18 anos. 

O Ministério da Saúde fez o pedido para que a Anvisa autorize por mais um ano para esse público o uso emergencial da vacina da farmacêutica chinesa Sinovac produzida no Brasil em parceria com o Instituto Butantan, mesmo com o fim da emergência sanitária em saúde.

A pasta não incluiu no pedido o esquema primário em adultos. A agência reguladora ainda precisa aprovar essa solicitação.

Segundo Queiroga, a portaria com essa mudança será publicada até quarta-feira (20) e terá um prazo de 30 dias para entrar em vigor.

"Ainda não se conseguiu colecionar evidências científicas suficientes para que esse imunizante [Coronavac] tivesse o registro definitivo. Para o esquema vacinal em adultos esse imunizante, eu penso e é um consenso em países que tem agências regulatórias do porte da Anvisa, ele não é usado para o esquema vacinal primário. Ele é usado para o esquema vacinal primário no Brasil para a faixa etária compreendida entre 5 a 18 anos", disse o ministro.

Queiroga explicou que o adulto que ainda falta completar o esquema primário, porém, poderá tomar o imunizante.

O Butantan afirmou que a “solicitação do governo deve passar pela votação da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que, se aprovada, deve permitir que as vacinas em uso emergencial continuem em uso pelo período de um ano”.

O instituto conclui dizendo que “segue em tratativas e em constantes trocas com a equipe técnica da Anvisa para que o uso da CoronaVac seja estendido a todos os públicos, incluindo crianças de três a cinco anos”.

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