Brasileiros seguem sem autorização para sair de Gaza

Após acordo entre egípcios e israelenses, centenas de estrangeiros e cidadãos com dupla nacionalidade estão deixando o enclave palestino. Americanos são maioria, enquanto brasileiros seguem fora da lista.

Por Deutsche Welle

Os brasileiros seguem fora da lista de cidadãos estrangeiros ou com dupla nacionalidade autorizados a deixar a Faixa de Gaza pela passagem de fronteira com o Egito, após quase quatro semanas de conflito entre Israel e o grupo fundamentalista islâmico Hamas.

A passagem egípcia de Rafah, a única saída de Gaza não controlada por Tel Aviv, foi aberta pela primeira vez na quarta-feira (01/11), após um acordo firmado entre os governos de Egito e Israel, sob mediação do Catar em coordenação com os Estados Unidos.

Centenas de palestinos feridos e estrangeiros cruzaram a fronteira na quarta-feira, e outras centenas são esperadas até o fim desta quinta.

Com o Brasil ainda de fora, a segunda lista de países que podem retirar seus cidadãos inclui Azerbaijão, Bahrein, Bélgica, Coreia do Sul, Croácia, Estados Unidos, Grécia, Holanda, Hungria, Itália, Macedônia, México, Suíça, Sri Lanka e Chade.

Ao todo, 576 pessoas foram autorizadas a deixar o enclave palestino. A grande maioria são americanos, somando um total de 400 nomes, após pressão pessoal do presidente Joe Biden. Na quarta, o democrata havia declarado que a passagem segura para a saída de feridos e estrangeiros foi garantida "graças à liderança americana".

Brasileiros em Gaza

A Embaixada do Brasil na Palestina articula com autoridades egípcias e israelenses a repatriação de 34 pessoas que pediram ajuda para deixar Gaza, sendo 24 brasileiros e dez palestinos que querem imigrar. Do total, 18 já estão na cidade de Rafah, na fronteira com o Egito, e 16 estão em Khan Yunis, a dez quilômetros de distância.

Governos estrangeiros afirmam que, entre os 2,4 milhões de habitantes do enclave palestino, há titulares de passaportes de 44 países, bem como de 28 agências, incluindo organismos da ONU. Esses estrangeiros somariam um total de cerca de 7.500 pessoas em Gaza. O Egito estima que, conforme o acordo de evacuação, 500 pessoas cruzem a fronteira diariamente.

Quando chegar a vez dos brasileiros, eles deverão ser recebidos por uma equipe do Itamaraty do lado egípcio da fronteira e levados de ônibus até a capital, Cairo, de onde voarão para o Brasil numa aeronave da Presidência brasileira que já está em solo egípcio.

Brasil resgatou quase 1.500 pessoas

Enquanto brasileiros em Gaza aguardam autorização para deixar o enclave sitiado, outras centenas de pessoas já foram resgatadas pelo Brasil da região de conflito.

Desde o início da guerra, aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB), em operação coordenada com os ministérios da Defesa e das Relações Exteriores, já retiraram 1.445 pessoas e 53 animais. Nesta quinta, mais um voo chegou ao país com 32 passageiros vindos da Cisjordânia.

"O Itamaraty providenciou veículos e garantiu a passagem dos nacionais por postos de fronteira administrados por Israel e Jordânia, além de seu traslado, em segurança, de diferentes pontos na Cisjordânia até o aeroporto de Amã, de onde embarcaram para o Brasil", informou o governo.

Controlada pelo Hamas desde 2007, a Faixa de Gaza vem sendo alvo de intensos bombardeios por Israel há semanas, além de enfrentar uma crise humanitária sem precedentes. Autoridades do enclave disseram que mais de 9 mil palestinos, a maioria mulheres e crianças, já foram mortos nos ataques israelenses.

A ofensiva ocorre em retaliação aos atentados terroristas de 7 de outubro, quando membros do Hamas, considerado um grupo terrorista por Estados Unidos, Europa e outros países, massacram 1.400 pessoas em território israelense e fizeram mais de 200 reféns.

ek (AFP, ots)

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