'Vocês não têm ideia a falta que o Silvio Luiz vai me fazer', se emociona Datena

Narrador que trabalhou ao lado do apresentador do Brasil Urgente morreu nesta quinta-feira (16) aos 89 anos

Da redação

O apresentador José Luiz Datena se emocionou ao falar da morte do amigo e narrador Silvio Luiz, que morreu aos 89 anos nesta quinta-feira (16), em decorrência de uma falência múltipla de órgãos. Os dois foram grandes colegas na cobertura esportiva na Band. “Olha, vocês não têm ideia a falta que o Silvio vai me fazer”, disse Datena. 

Ao falar de Silvio Luiz, Datena citou que conversava com o narrador todos os dias, de manhã, de tarde e de noite. “Quando eu cheguei em São Paulo, recebido pela equipe do Luciano do Valle, quem mais me ajudou foi o Silvio Luiz e o Ely Coimbra, me deram mão, braços e pés. Mas o Silvio Luiz falava comigo todo dia, a gente se despedia desejando um bom dia para todos nós, nossas famílias, proteção divina, falávamos à tarde, ele me chamava de Zé, brincava, durante o programa. Sinto falta disso até hoje”, afirmou. 

Datena comentou que o grande amigo brincava com o fato dele usar gravatas, dizendo que “ele não sairia para jantar”. Ao ouvir os áudios que Silvio Luiz o mandava no ar, Datena chorou e fez uma promessa ao amigo:

Eu vou sentir muita saudade desse papo diário, muita saudade. Prometo Silvio, que nunca mais vou usar gravata - disse Datena.

O apresentador pontuou que chegou a se preparar para a partida de Silvio Luiz. “Eu me preparava, falava com a família, só não falava aqui, mas meu irmão, poxa vida, ai meu irmão, que saudade de você”, lamentou. 

A trajetória de Silvio Luiz

Nascido em São Paulo, no dia 14 de julho de 1934, Silvio Luiz era filho de pai eletricista e mão locutora, de quem herdou o dom e a paixão pela comunicação.

Foi na terra da garoa que Silvio iniciou a sua carreira no rádio, como interprete de uma novela na Rádio São Paulo, em 1952. Seu papel era de um carteiro, com uma simples fala: “uma carta para o senhor”.

Em 1958, passou a atuar na televisão, estreando na novela “Éramos Seis”, da TV Record, com o personagem Julinho. Mas a sua paixão estava mesmo nas transmissões esportivas, tendo começado como repórter em 1960, pela Rádio Record.

Sua vontade de aprender e compreender o futebol era tão grande que decidiu se inscrever na Escola de Árbitros da Federação Paulista de Futebol e, em 1970, foi um dos assistentes de arbitragem na partida entre São Paulo e Porto, de Portugal, jogo que marcou a inauguração total do estádio Cicero Pompeu de Toledo, o Morumbi.

Em 1971 voltou a trabalhar com transmissões esportivas, dessa vez como apresentador e narrador, tornando suas célebres frases "pelas barbas do profeta", "pelo amor dos meus filhinhos", "olho no lance" e muitas outras em bordões que vivem até os dias atuais na memória de muitos torcedores.

Em 1987 teve a sua primeira passagem pelo Grupo Bandeirantes, como um dos grandes nomes da equipe liderada por Luciano do Valle na Rádio Bandeirantes, onde ficou até 1996.

Voltou para o grupo em 1999, dessa vez para a TV, onde levou consigo não apenas sua voz marcante, mas também uma abordagem revolucionária, e narrou diversas competições, como o Campeonato Italiano. Nesse período também foi um dos responsáveis por inaugurar o canal por assinatura BandSports, que foi sua casa até 2010.

Silvio foi casado com a cantora Márcia, voz de músicas como "Ronda" e "Eu e a Brisa", que fizeram sucesso nos anos 60, com quem teve três filhos.

Dentre as curiosidades de sua vida, Silvio Luiz tentou a presidência da Federação Paulista de Futebol (FPF) por duas vezes, em 1982 e 1985, recebendo dois e quatro votos respectivamente, e apesar de ter sido narrador de futebol por grande parte de sua vida, se orgulhava por nunca ter gritado gol em suas transmissões.

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