Os quatro policiais militares que estavam responsáveis pela segurança privada de Antônio Vinicius Gritzbach, de 38 anos, foram afastados da Corporação e tiveram os celulares apreendidos, após a execução do empresário no maior e mais movimentado aeroporto do país, em Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo.
Na hora do ataque, que resultou na morte do empresário, apenas um dos seguranças estava no aeroporto. O Brasil Urgente teve acesso a íntegra dos depoimentos dos policiais. Um deles, contou que no dia do crime, o filho de Antônio, um menino de apenas 11 anos de idade, ligou para o PM e pediu para que o mesmo o acompanhasse até o aeroporto para buscar o pai dele que estava retornando de viagem.
O PM, mais três colegas de farda, o filho e o sobrinho de Vinicius Gritzbach, saíram do Tatuapé na zona leste da capital e seguiram em dois carros blindados com destino ao aeroporto de Guarulhos.
Eles contaram em depoimento que pararam em um posto de combustível, perto do aeroporto, para aguardar o contato com a chegada de Vinicius e quando receberam a ligação, perceberam que os dos veículos apresentava um problema mecânico.
O PM, que está na corporação há 15 anos, conta que ao tentar ligar o veículo, a Amarok não pegou e pediu para que um dos policiais identificado como Jefferson fosse até o aeroporto acompanhado do filho e de um amigo do garoto, que não soube precisar o nome, para buscar Antônio.
O amigo em questão, era o sobrinho do empresário. O PM segue o depoimento e diz que: ficou no posto acompanhado de Romarks e Adolfo Chagas, outros dois policiais responsáveis pela escolta da vítima. Minutos depois, recebeu uma ligação do filho de Antônio Vinicius Gritzbach informando que deram tiros no aeroporto. Na hora do ataque, houve tumulto e correria.
No depoimento do PM que foi ao aeroporto, ele conta que na hora dos tiros, estava fazendo uma manobra para a aproximação da entrada do portão do terminal dois, quando ouviu estampidos semelhantes à de uma arma de fogo. Ou seja, na hora do ataque, nenhum dos seguranças estava perto da vítima.
A polícia investiga a conduta dos pms e apura se eles falharam no esquema de segurança de propósito. No final de semana, a PM apreendeu em Guarulhos, sacos com três fuzis, uma pistola nove milímetros, e uma placa de um automóvel. A suspeita é que o armazenamento foi usado no ataque ao empresário.
Além do empresário, mais três pessoas foram baleadas, no ataque da última sexta-feira no maior aeroporto do país, um deles, o motorista de aplicativo, Celso Araújo Sampaio de Novais, de 41 anos, baleado nas costas com um tiro de fuzil. O motorista chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital. As três vítimas baleadas não tinham relação com Vinicius.
O empresário, alvo do ataque, morreu na hora. Ele era jurado de morte pelo PCC, após, segundo a investigação, mandar matar Anselmo ‘Cara Preta’, chefão da facção criminosa, e o motorista de Anselmo, Antônio Corona Neto, o ‘Sem Sangue’. O crime foi em 2021 e teria sido motivado após o PCC descobrir que o empresário estava desviando dinheiro do PCC.
Este ano, Vinicius Gritzbach, havia firmado um acordo de deleção premiada com o ministério público de São Paulo, para relatar o esquema de lavagem de dinheiro do PCC e denunciar um suposto esquema de corrupção dentro da polícia civil.
No documento do MP de São Paulo, o empresário afirma que teria provas da identificação de possíveis crimes contra a administração pública praticados por policiais do Departamento de Homicídios e proteção a pessoa, o DHPP, do Deic e do 24º Distrito Policial da capital.
A polícia Federal abriu inquérito para apurar o ataque no aeroporto de Guarulhos. Além dos pms, a namorada de Gritzbach, que retornava com ele de viagem, teve o celular apreendido. ela foi ouvida no DHPP e liberada. A investigação tenta descobrir quem está por trás do plano ousado e violento dentro do maior aeroporto do país.