A desembargadora do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), Ivana David, declarou, em entrevista ao Brasil Urgente, que o assassinato de Vinicius Gritzbach mostra, mais uma vez, a força do PCC quando descumprem as regras da facção criminosa.
“Mais uma vez o PCC faz, literalmente, aquilo que ele promete no próprio estatuto. Quem trai a facção, quem some com o dinheiro e droga, e quem delata circunstâncias que envolvem a facção a pena é de morte”, afirmou Ivana David.
“A gente acompanha essa situação há três anos, desde a morte do Cara Preta, que também foi uma situação que chama a atenção. Mas, mais uma vez, o PCC mostra sua força quando, eventualmente, descumprem as suas regras”, acrescentou.
Ao ser questionada sobre a possibilidade da Polícia Federal investigar a morte de Vinicius Gritzbach, a desembargadora declarou que a organização pode apurar o caso, mas não acredita que esse seja o melhor caminho.
“Teoricamente, até pode passar para a Polícia Federal, mas não acredito que esse seja o melhor caminho. O DHPP é um dos melhores departamentos de polícia deste país, sempre mostrou responsabilidade e competência. Isso não é bom nem para o sistema de segurança, nem de Justiça”, afirmou.
Morte do delator do PCC
O empresário Vinicius Gritzbach foi atacado quando desembarcava de uma viagem para Goiás. De acordo com a delegada Ivalda Aleixo, o empresário era jurado de morte do PCC. O ataque a tiros foi realizado com fuzis e metralhadoras.
Vinicius Gritzbach, que negociava uma delação premiada com o Ministério Público, entregou esquemas do PCC e também denunciou extorsão envolvendo policiais civis de São Paulo.
O governador de São Paulo disse que tudo indica que o ataque a tiros na porta do maior aeroporto do Brasil esteja associado ao crime organizado. O MPSP disse que não vai se manifestar sobre o caso para não prejudicar as investigações.