Na terceira e última reportagem da série Vida de motoboy, o crime sobre duas rodas e o prejuízo para quem é trabalhador de verdade. Uma série de assaltos na maior cidade do país. Ladrões que circulam livremente e disfarçados. A busca é por celulares, correntes de ouro, alianças e outros objetos de valor.
Uma gangue que não tem hora e muito menos local para agir. Bandidos que saem a caçada dispostos a matar. Estamos falando de criminosos que andam assim, com uma bag, vestimentas de motoqueiro, como um entregador. Mas não tem entrega, eles buscam vítimas e não precisa muito para se tornar alvo, basta estar assim na rua.
Capacete, mochila de entregador e armado. Foi assim que um jovem foi morto na Zona Sul de São Paulo. O estudante deixava a namorada na casa de parentes, quando foi abordado pelo criminoso disfarçado de trabalhador.
Quando o falso entregador vai para cima da namorada, o homem se levantou e reagiu. O estudante leva quatro tiros. Um deles, na cabeça.
Uma idosa, na porta de casa, não percebeu a chegada dos falsos entregadores. A senhora deu a bolsa, uma pulseira e ainda foi obrigada a arrebentar a corrente e passar ao criminoso. O comparsa disfarçado ficou na cobertura e depois eles fugiram juntos deixando a vítima ali desesperada.
A mulher que caminha será a próxima vítima. Ela está sozinha, prato cheio para os bandidos. O criminoso pede o celular e dá uma coronhada para a jovem soltar o aparelho. Os bandidos atuam sozinhos, em dupla e até mesmo em bando, como neste caso na zona sul da capital.
Nem mesmo agente de segurança escapa. Foi com uma bag e jaqueta que o criminoso surpreendeu um delegado do Deic. O policial foi baleado e morreu no local. O ladrão também foi atingido no confronto e socorrido. Dois comparsas que davam cobertura a ele foram presos após uma investigação.
A movimentação de entregadores é intensa nas ruas de São Paulo. Se observarmos uma via, é possível notar uma quantidade de moto em circulação. Os ladrões se infiltram nesse meio e aí fica difícil diferenciar, quem é do bem e quem está aqui só para roubar. Desta forma, a categoria também se torna vítima.
A categoria também é alvo de assaltos. As motocicletas são visadas por criminosos, e quando esse bem é levado, o sustento de casa fica comprometido.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, de janeiro a outubro deste ano, 29.767 motos foram roubadas e furtadas no estado, um aumento de 6% se compararmos ao mesmo período do ano passado, quando 28.043 motocicletas foram levadas dos donos por criminosos.
Nesta série de reportagens o Brasil Urgente te mostrou a vida, os desafios e a importância desses profissionais, que fazem parte da engrenagem da grande metrópole e que muitas vezes passam despercebidos pelo retrovisor.