Atingir a vacinação em massa ainda é um sonho distante para o Brasil. Em São Paulo, na maior cidade do país, o clima é de tensão. Segundo Edson Aparecido, Secretário Municipal de Saúde da capital, a cidade trabalha hoje com “uma quantidade muito restrita e pequena” de doses.
“Temos hoje vacinas da AstraZeneca e da Pfizer para a primeira dose. Para a segunda, temos AstraZeneca e CoronaVac. Todas elas em uma quantidade muito restrita e pequena. Estamos vacinando pessoas com comorbidades acima de 40 anos, autorizamos desde ontem, 28, para os estagiários da saúde no último ano e estamos terminando de vacinar profissionais da saúde com mais de 18 anos.”
Em entrevista exclusiva ao Brasil Urgente, o político disse ainda que a cidade deve avançar nos próximos meses para a imunização de pessoas com menos de 60 anos sem comorbidades. “É muito pouco e, para se ter uma ideia, no ano passado conseguimos vacinar em 20 dias 5 milhões de pessoas para H1N1. Temos capacidade e condições para fazer uma vacinação em massa muito grande”, lamentou ao falar da falta de insumos.
Novo pico da pandemia em 17 de junho
Segundo o secretário, atualmente a cidade tem 81% dos leitos de UTI ocupados e cerca de 68% dos leitos de enfermaria na mesma condição. Em entrevista exclusiva ao Brasil Urgente, o político disse que a ocupação pode chegar a 90% entre os dias 17 e 19 de junho, quando a situação poderá atingir números iguais aos da segunda onda da pandemia, em 2 de abril.
“Naquele momento tínhamos 50% dos leitos de UTI ocupados e agora, se tivermos o pico que a nossa equipe de planejamento imagina, partimos de um patamar de 80%, o que é bastante preocupante”, alertou.
No mês de abril, 1380 leitos foram ocupados e, em junho, tudo pode aumentar. “Estamos trabalhando para abrir mais, mas o processo de ocupação é muito rápido.” Para tentar melhorar a situação, a prefeitura trabalha para garantir suporte nos hospitais.
“Estamos agora com a instalação das usinas de oxigênio. Conseguimos fazer a importação dos kits de intubação e recebemos um conjunto de respiradores do Estado. Vamos poder até o dia 20 de junho instalar mais 250 leitos de UTI”, garantiu.