Tio e sobrinho são mortos após furtarem carne de supermercado de Salvador

Família acusa seguranças do Atakadão de terem entregado os suspeitos para traficantes locais

Da Redação, com Brasil Urgente

Flagrados furtando carnes do supermercado Atakarejo em Nordeste de Amaralina, bairro de Salvador, Ian Barros, de 19 anos, e Bruno Barros, de 29 anos, foram encontrados mortos com tiros em um porta-malas de um carro. Segundo a família, os dois foram entregues por seguranças do próprio supermercado para traficantes do bairro após a situação. As informações do caso, que aconteceu na última segunda-feira (26), são da repórter Júlia Sarmento, no Brasil Urgente

Testemunhas contaram ter visto tio e sobrinho sendo levados por homens armados. 

Em uma foto, os dois aparecem ao lado das peças de carne que teriam sido alvo do furto, em um local que parece ser a área interna do supermercado ao lado de um homem, que seria um dos seguranças do local. 

Segundo familiares, os dois chegaram a ligar pedindo dinheiro para serem liberados. Bruno teria entrado em contato com uma amiga, por meio de mensagem de áudio, pedindo ajuda para pagar o valor da mercadoria (ouça no vídeo acima). 

“Ô minha parceira, se ligue ‘véi’, eu rodei aqui no Nordeste [de Amaralina] aqui. Vê se desenrola um dinheiro aí, 700 reais, pra mim (sic) pagar as carnes que eu peguei aqui”, disse a vítima na mensagem. 

"Eles tiraram a chance de meu filho ser julgado”, lamentou Elaine Silva, mãe de Ian. 

Na tarde da última sexta (30), entidades ligadas a movimentos negros fizeram um protesto pacífico dentro da unidade do Atakarejo onde eles foram flagrados. 

A Polícia Militar de Salvador disse que não foi acionada para essa ocorrência e que soube da situação por populares. No local, funcionários teriam dito que a história foi um “alarme falso”. 

Já a Polícia Civil ouviu algumas testemunhas e diz ter pistas dos autores dos crimes. 

O Ministério Público entrou com uma notícia-crime sobre o caso. A OAB também pediu apuração rigorosa do caso para que seja feita a Justiça 

O grupo Atakadão Atakarejo disse ter o “compromisso com a defesa da vida humana, não compactuando com qualquer tipo de violência e ação criminosa” e que está colaborando integralmente com a investigação policial, entregando todas as imagens de segurança. Disse também que se solidariza com as famílias das vítimas e espera a punição dos culpados.