O homem apontado como número 3 do PCC pela polícia e pelo Ministério Público de São Paulo está em liberdade. Parece notícia repetida, mas aconteceu de novo e pelo mesmo motivo. Décio Gouveia Luís, conhecido como “Decinho Português”, está de volta às ruas.
Decinho Português responde por associação ao tráfico de drogas e organização criminosa e é investigado por lavagem de dinheiro. Ele chegou a ser condenado a mais de cinco anos de prisão, mas ainda recorre da sentença com os melhores advogados, pagos, de acordo com o MP, com dinheiro do crime.
Décio é citado e responde processo também pela investigação da operação “Sharks”, do MP paulista. Estava, ainda, em prisão preventiva, quando recebeu o habeas corpus do ministro Ribeiro Dantas, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O ministro atribui à incapacidade da própria Justiça brasileira a responsabilidade pela libertação de Decinho Português. Ele cita a demora no processo, reforça que a culpa não pode ser atribuída, exclusivamente, aos recursos da defesa, mas sim ao aparato estatal que não consegue entregar a bom tempo o julgamento dos apelos. Por causa disso, concedeu a ordem para relaxar a preventiva.
Como é apontado como integrante do alto escalão do PCC, Decinho Português estava no sistema penitenciário federal, na unidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Ele chegou a fazer um pedido para ser transferido de unidade, o que foi negado por causa da periculosidade, mas isso não adiantou, pois ele já havia sido solto.
Décio é investigado pelo Departamento De Narcóticos de São Paulo por lavar dinheiro no transporte público da capital paulista. Segundo o Denarc, ele é dono de mais de R$ 600 mil em ações da UPBuss. Os documentos, porém, estão em nome da mulher dele.
Nenhum dos dois trabalha ou tem qualquer fonte de renda que justifique o patrimônio. Décio foi preso numa casa de alto padrão em Arraial Do Cabo, litoral do Rio de Janeiro. Ele também é investigado por liderar uma célula do PCC conhecida como “Bonde dos 14”, na Zona Leste da capital paulista, por ter repassado ordens de Marcos Camacho, o o “Marcola”, para a execução de autoridades de segurança de São Paulo.