SP: saidinha beneficia criminosos como Nardoni, Lindenberg e mais 30 mil presos

Brasil Urgente teve acesso a e-mail da Secretaria de Segurança de São Paulo que diz que parte dos presos serão soltos, temporariamente, sem tornozeleira eletrônica

Da redação

Alexandre Nardoni está preso pelo envolvimento na morte da filha, Isabella Nardoni
Reprodução/Redes Sociais

Presos condenados a mais de 20 anos de prisão, perigosos e cruéis, foram beneficiados pela saidinha temporária. Na Penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo, presos de crimes de grande repercussão, como Alexandre Nardoni e Lindenberg Alves, já estão nas ruas.

Nardoni foi condenado pela morte da filha, a pequena Isabela Nardoni, em março de 2008. Naquele mesmo ano, Lindenberg manteve a adolescente Eloá Cristina, de 15 anos, refém até matá-la. Outro foi Gil Rugai, que matou o pai e a madrasta em 2004.

Além dos autores desses crimes que chocaram o Brasil, outros 33 mil presos deixaram o sistema prisional em decorrência da “saidinha temporária”, sem o uso da tornozeleira eletrônica.

Segundo a Lei de Execução Penal, a partir da decisão da Justiça, presos em regime semiaberto devem ser monitorados com tornozeleiras eletrônicas. No entanto, o estado de São Paulo não tem para todo mundo. Criminosos perigosos, que deveriam ser acompanhados, estarão livres pelas ruas.

É o que revela um e-mail enviado pelo diretor do Centro de Segurança, do Departamento de Inteligência e Segurança Penitenciária. 

“Por determinação do Sr. Secretário, informo aos senhores que, na saída temporária do dia 12 de setembro, os reeducandos não deverão ser monitorados por tornozeleiras eletrônicas”, diz o texto do e-mail.

O governo do Estado de São Paulo fechou contrato, por meio da Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP), de R$ 25 milhões para a compra de tornozeleiras eletrônicas, justamente para conseguir monitorar traficantes da Cracolândia e outros bandidos perigosos.

A compra das tornozeleiras é uma parceria com o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Apesar de aprovado, ainda não entrou em prática. Segundo o representante dos funcionários da Secretaria de Administração Penitenciária, pela primeira vez desde que começou esse acompanhamento, os presos não sairão monitorados.

A empresa responsável pelo envio de tornozeleiras eletrônicas para São Paulo, a Spacecom, informou que “o presente contrato foi assinado recentemente e o prazo de fornecimento obedece ao cronograma estipulado no contrato. Dessa forma a empresa está atendendo estritamente ao definido pela SAP”.

No edital assinado para a distribuição de tornozeleiras eletrônicas, está escrito em contrato no trecho de "saída temporária" que "1.700 é o número estimado de sentenciados que gozarão de saídas temporárias e que serão monitorados".

Antes de acabar o ano, ainda tem mais uma saidinha temporária. Todos os 30 mil criminosos beneficiados devem retornar à prisão na próxima segunda-feira.

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