O senador Major Olímpio (PSL-SP) morreu nesta quinta-feira, 18, por complicações decorrentes da covid-19. A informação foi trazida pelo apresentador José Luiz Datena no Brasil Urgente e confirmada pela família nas redes sociais do político.
“Com muita dor no coração, comunicamos a morte cerebral do grande pai, irmão e amigo, Senador Major Olímpio. Por lei a família terá que aguardar 12 horas para confirmação do óbito e está verificando quais órgãos serão doados. Obrigado por tudo que fez por nós, pelo nosso Brasil”, diz o texto publicado no Twitter.
O parlamentar de 58 anos foi internado no dia 2 de março no hospital São Camilo, zona oeste de São Paulo, e levado à Unidade de Tratamento Intensivo no dia 5 de março. “A gente perde um grande homem público, um cidadão que era honesto, decente e batia de frente com todo mundo. Sempre foi um cara que combateu as injustiças na polícia”, disse Datena ao comentar a morte do parlamentar.
“Hoje, se estivesse em condições, estaria lutando contra essa PEC de congelamento de salários de policiais. O Major Olímpio sempre lutou por melhores salários para os polícias e para os brasileiros”, completou o apresentador do Brasil Urgente.
O ex-presidente do Senado, Davi Alcolumbre, divulgou uma nota de pesar sobre a morte do colega senador. “Político combativo, [ele] lutou contra a Covid até o último suspiro. Foi deputado estadual por dois mandatos, deputado federal e representava o estado de São Paulo no Senado Federal. Honesto e firme, Olímpio tinha sonhos e bandeiras”, disse.
“Um homem de convicções fortes e de bom coração. Perde a política brasileira e todos nós, que ficamos mais pobres e mais tristes. Que Deus o receba e console a família, os amigos e os inúmeros eleitores e admiradores do nosso Major Olímpio. Fica aqui a saudade e o meu profundo pesar”, completou Alcolumbre.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, também lamentou o falecimento do senador. “Em respeito à sua memória, o Senado Federal decreta luto oficial de 24 horas. Major Olímpio foi o terceiro senador que perdeu a vida para o novo coronavírus. O senador paraibano José Maranhão faleceu em fevereiro, e Arolde de Oliveira, senador pelo Rio de Janeiro, morreu em outubro do ano passado. As sinceras condolências do Parlamento Brasileiro à família, amigos e a todos os paulistas”, disse em nota.
Em relato ao Brasil Urgente, o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) lamentou a morte do amigo. "Podia brigar e não concordar, mas tinha um coração de criança", disse.
"O Brasil perde um parlamentar combativo pelo respeito aos valores institucionais do Estado Democrático brasileiro. Solidarizo-me com o Congresso Nacional e com a família do senador. Envio ainda meu abraço aos familiares das mais de 285 mil vítimas da Covid-19 no Brasil", lamentou o presidente do STF Luiz Fux.
De policial a parlamentar
Sérgio Olímpio Gomes nasceu em Presidente Venceslau, no interior do Estado. Ingressou na Polícia Militar de São Paulo em 1978 e se formou na Academia do Barro Branco em 1982. Ele foi policial militar por 29 anos e se tornou Major Olímpio, formado em ciências jurídicas e sociais. Era também jornalista, professor de educação física, técnico em defesa pessoal e instrutor de tiro. Também escreveu livros sobre segurança pública.
Foi eleito pela primeira vez em 2006, como deputado estadual. Em 2015, se tornou deputado federal e na última eleição pra senador, já pelo PSL, foi eleito com mais de 9 milhões de votos, o mais votado de São Paulo em 2018, na esteira da votação bolsonarista.
No entanto, a relação com o presidente Jair Bolsonaro ficou ruim em maio do ano passado, na primeira onda forte da pandemia. Olimpio chegou a dizer que Bolsonaro deveria sofrer um impeachment.
Olímpio era um político marcado por confrontos com adversários em público, o que o tornou muito popular. Ele era símbolo da oposição ao governo no Estado e sempre esteve à frente de manifestações contra o governador João Doria no plenário e também nas ruas.
