Familiares de Paulo da Silva Júnior, morto por afogamento na sexta-feira (1º), tiveram que abrir a cova em que ele foi enterrado com as próprias mãos, devido à falta de coveiros no Cemitério Municipal São Sebastião, o único da cidade de Rio Grande da Serra, na Grande de São Paulo.
Quando foram enterrar Paulo, por volta das 14h deste domingo (3), a família soube, por meio da funerária, que não havia coveiros trabalhando naquele dia, mas apenas dois ajudantes.
Sem covas abertas, os familiares tiveram que, eles próprios, abrir uma para enterrar Paulo. A situação foi compartilhada em um vídeo nas redes sociais. Vizinhos se juntaram aos parentes da vítima e procuraram um local que parecia adequado para cavar. Porém, não era possível ter certeza de que outro corpo já estivesse enterrado no mesmo lugar.
“Não tinha coveiro e não teria onde abrir essa cova, porque acredito que não tem espaço. Então teria que tirar um corpo, fazer uma exumação para liberar o local para conseguir fazer um enterro. Parecia filme de terror. É uma falta de respeito, a gente está indignado”, conta Érica Lima, vizinha de Paulo.
Agentes da guarda municipal estiveram no cemitério após um início de confusão envolvendo Wilson Souza, secretário da prefeitura de Rio Grande da Serra.
O cemitério São Sebastião é administrado pela Secretaria Municipal de Serviços Urbanos da cidade.
Em nota, a prefeitura confirmou que apenas dois funcionários estavam de plantão no cemitério, e que era função deles abrirem a cova. Ainda segundo a nota, um processo administrativo disciplinar foi instaurado para avaliar a conduta dos trabalhadores e dos responsáveis pelo cemitério.
Após familiares e vizinhos abrirem a cova, um cortejo foi feito e Paulo foi enterrado. De acordo com Maura Conceição da Silva, mãe da vítima, o cemitério ainda quis cobrar uma taxa de R$ 160 pelo enterro.