Dezenas de aparelhos celulares e cartões bancários foram apreendidos pela polícia civil na operação que investiga a ação de uma facção criminosa que age em presídios no Rio de Janeiro. Todo o material vai ser analisado para encontrar os vínculos dos integrantes do bando.
Cinco agentes penitenciários acusados de participação no esquema de sequestros, extorsões e venda de drogas no sistema penal seguem afastados dos cargos. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos contra eles. Um policial já estava preso por tráfico de drogas. O grupo aparece como beneficiário de transações bancárias feitas por laranjas da organização criminosa em valor que chega a R$ 430 mil.
Um relatório da secretaria de estado de administração penitenciária cita a entrada da maconha sintética dentro do sistema prisional do rio de janeiro supostamente pelo grupo criminoso povo de israel. A Seap cita pelo menos três apreensões feitas em presídios dominados pelo grupo em 2020.
As investigações da polícia mostram que a quadrilha estabeleceu vínculos com o PCC, maior facção criminosa de São Paulo. Os agentes afirmam que drogas foram levadas para presídios paulistas assim como eles fazem no Rio de Janeiro.
O grupo tem estatuto próprio, que diz o que os integrantes do povo de Israel têm que fazer. Além disso, os presos têm etapas bem definidas de divisão de tarefas e funções, repartição de lucros, captação de novos presos e pagamentos de propinas a servidores públicos.
Entre janeiro de 2022 e maio de 2024, os criminosos movimentaram mais de R$ 67 milhões em operações financeiras, segundo investigações.
Apreensões de celulares e drogas nos presídios também se repetem com frequência. Para o material proibido entrar nas penitenciárias, os criminosos precisam contar com agentes públicos.
Foi o que aconteceu em setembro de 2023. A droga estava escondida dentro do gesso que reveste o teto do banheiro dos carcereiros do presídio romeiro neto, em Magé, na baixada Fluminense Os policiais retiraram vários tabletes de maconha do local.
Os agentes penitenciários Alessandro Dário de Melo e Adebaldo Pereira foram presos responsáveis de colocar a droga dentro da cadeia. Também havia entorpecente na guarita dos policiais penais.
Esse flagrante aconteceu depois de uma ação da polícia civil. Os investigadores prenderam um traficante após ele sair do jacarezinho, após descobrirem que ele estava levando a droga da comunidade para a penitenciária. Deivid Maklin Campelo, conhecido como Pará foi preso em flagrante. Os agentes encontraram centenas de tabletes de maconha escondidos no motor do carro.
Tentativas de fuga também fazem parte da rotina dos presídios. Depois de uma denúncia, policiais penais encontraram um túnel que estava em fase final de escavação. A construção ligaria a horta da penitenciária Vicente Piragibe com a área onde ficavam os presos. Para fugir, eles usariam a rede de esgoto.
Nenhum criminoso conseguiu escapar. Perto do túnel foram encontrados quatro detentos. A Seap fez uma perícia no local e 15 presos foram transferidos.