Romeu Zema, governador de Minas Gerais, lamentou a tragédia que matou 10 pessoas em Capitólio, e falou da situação difícil vivido pelo estado por conta das fortes chuvas dos últimos dias. São pelo menos 145 cidades em situação de emergência, com 19 mortos e cerca de 17 mil pessoas desalojadas ou desabrigadas por cheias, bloqueios de estrada e deslizamentos de terra.
“É muito grave, como eu te falei, o cenário aqui é de guerra. Para você ver aí essa estrada que foi mostrada agora [onde um deslizamento de terra soterrou o carro de uma família em Nova Lima] como se ela tivesse sido bombardeada”, desabafou Zema em entrevista para José Luiz Datena no Brasil Urgente.
O governador disse acreditar que as vítimas do desabamento do paredão de rochas em Capitólio também devem ser somadas aos mortos pelas chuvas, já que, para ele, a perícia geológica deve certificar que o excesso de água aprofundou as fissuras no local. Ele destacou que assim que as causas forem reveladas, o governo mineiro trabalhará para reestabelecer o turismo no local de forma mais segura, já que o acidente não tinha precedentes no passado.
Vídeo: Minas tem enchentes e bloqueios em rodovias
Zema também pontuou que um agravante das chuvas em Minas Gerais é o fato de o estado ter diversas barragens, que podem não suportar o acúmulo de água e se romper, o que poderia provocar uma tragédia ambiental e humana de grandes proporções. O governo deu 24 horas para as mineradoras responsáveis por 31 barragens de rejeitos levantarem dados sobre o volume de chuva dos últimos dias, avaliação do sistema de drenagem e medidas de monitoramento.
“Nós não podemos, de forma alguma, repetirmos o que aconteceu em Mariana e Brumadinho no passado. O mineiro já sofreu muito, todas as medidas foram tomadas, mas as empresas é que são responsáveis e cabe a elas estar fazendo esse monitoramento”, afirmou.
Em todo o estado, existem 350 barragens de rejeito de minério e 277 estruturas hidrelétricas. Todas elas, em menor ou maior nível, trazem risco para o ambiente e para os moradores dos arredores.
Com a previsão de melhora no tempo até esta quinta (13), Zema diz que será possível avaliar o levantamento dos prejuízos e da dimensão da destruição nas cidades. Ele também pontuou que é necessário reestabelecer serviços básicos, como o fornecimento de água potável e energia elétrica, o quanto antes.
Zema destacou a ajuda do governo federal, reforçou a importância da doação de donativos às cidades mais atingidas e pediu por mais auxílio humanitário.
Mais de 100 trechos de rodovias federais e estaduais estão com algum tipo de bloqueio em Minas em razão das chuvas.