Ribeirão Preto: idoso chora de raiva para comer e vive em situações precárias

Seu Orlando, de 77 anos, é aposentado e mora em uma casa sem geladeira e sem fogão

Da Redação, com Brasil Urgente

A entrevista com seu Orlando Pereira de Andrade, de 77 anos, exibida no Brasil Urgente causou grande comoção. “Por que eles tiraram os ônibus da rua? Por quê?”, questionava o aposentado que foi encontrado na fila do Bom Prato em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, cidade que ele mora e que vivia o primeiro dia de lockdown.

Em lágrimas, o idoso reclamou sobre a falta de ônibus na cidade. “Para quê isso? Eu dependo de ônibus, eu não dependo de carro. Não tenho dinheiro para gastar, para ficar andando de carro para lá e para cá, nem moto táxi”, disse. O desabafo emocionante do idoso repercutiu nas redes sociais.

Muitos telespectadores do Brasil Urgente entraram em contato com a produção para ajudar. Seu Orlando vive em condições precárias na periferia de Ribeirão Preto, paga R$ 650 de aluguel em um cômodo. Não há geladeira, nem fogão. O idoso afirma que o proprietário só permite que ele use a energia elétrica. Água, não.

“Olha minha roupa como é que está. Não tem lugar de escovar os dentes, não tem onde lavar o rosto. Não tem nada. Era tudo ali, ele cortou tudo e quase que eu fico sem água”, mostrou. Sem água, seu Orlando não consegue cuidar da própria higiene e muito menos da casa. Na casa, vivia outro homem que segundo o aposentado foi preso. Tudo que era do inquilino ficou jogado no quarto ao lado do dele.

Ele reclama que, sempre que chove, o quartinho dele fica alagado. “Eu tenho aquele balde, você está vendo? Eu ponho ele aqui porque aqui que pinga. A água vem aqui, escorre isso daqui, eu ponho essa lata aqui, outra lata ali. Olha a água que tem para os meus gatos”, disse.

A secretaria de assistência social de Ribeirão Preto foi acionada e fez uma visita a casa de seu Orlando. Informou que, após a reportagem, o aposentado recebeu algumas doações, mas como não tem geladeira, entregou os alimentos a parentes que moram perto da residência. O órgão relatou que seu Orlando prefere ir ao Bom Prato todos os dias, por ser um meio de interação social.