Relatório aponta vazamento de dados nas investigações da morte de delator do PCC

Vazamento seria uma forma de desviar o foco dos trabalhos da execução de Vinícius Grtizbach

Daniel Oliveira

Dois meses após a execução de Vinícius Gritzbach, delator do PCC, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, o jornalismo da Band teve acesso a um relatório importante de investigação da Polícia Federal. 

Uma conversa mostra que antes de ser morto o empresário já era ameaçado. Um homem que se identifica como “Tacitus” afirma, você será decretado, ou seja, condenado a morte, por escolhas erradas. Ele ainda ameaça a família do delator.

A sentença de morte, segundo o texto de Tacitus, é por quê a delação ajudou a polícia a chegar até as casas cofres do PCC, na Zona Leste de São Paulo. Os locais são imóveis utilizados para esconder dinheiro, armas e drogas do crime.

O delator, conforme apurado pela PF, foi ameaçado por dois policiais civis e acabou entregando 15 esconderijos do PCC, o que teria causado um prejuízo de R$ 90 milhões a facção.

Tacitus se refere a duas casas cofre que supostamente tiveram R$ 6 milhões roubados por dois investigadores que estão presos desde setembro do ano passado.

A polícia ainda não conseguiu chegar até a identidade da pessoa que se identifica como Tacitus. A suspeita é de seja um integrante do PCC e que tenha ligação com o assassinato do empresário. Todo o material colhido no inquérito é analisado como cautela. Algumas mensagens são duvidosas, mas outras detalham a atuação do delator e policiais civis paulista.

O relatório de mais de 680 páginas ainda apresenta uma análise de vazamentos de informações da polícia sobre a identificação dos suspeitos de participarem da execução no aeroporto. Para a PF, esse vazamento seria uma forma de desviar o foco dos trabalhos. Uma reportagem do Brasil Urgente foi citada para exemplificar a suspeita.

Os agentes detidos prestam depoimento à Polícia Federal nesta terça-feira. A expectativa é de que o conteúdo das oitivas traga mais embasamento a apuração do caso. A Secretaria de Segurança Pública diz que colabora com o trabalho da PF e que investiga o crime com uma força tarefa.

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