Racha no PCC preocupa autoridades no Paraguai

Fronteira que já vive guerra constante agora pode ser palco dos conflitos internos da facção

Por Lucas Martins

A fronteira entre o Brasil e o Paraguai, que já vive uma constante guerra entre grupos rivais, agora pode ser palco da guerra interna do PCC. A facção já domina a rota do tráfico internacional de drogas, que passa por ali há pelo menos sete anos. 

Em 2023, foram mais de 100 execuções na região de fronteira, em crimes ligados ao tráfico de drogas. Agora, as autoridades do Paraguai estão em alerta por causa do racha no PCC, que originou uma facção dissidente: o PCP, Primeiro Comando Puro. 

O sub-chefe do departamento de crime organizado da Polícia Nacional do Paraguai, Pedro Lesme, confirmou que o país tem ao menos 3 mil integrantes e aliados do PCC atuando nas ruas ou em penitenciárias. 

“Temos recebido informações de nossos colegas do Brasil, que também estão muito interessados sobre a ruptura aparentemente entre os chefes da organização (PCC). E há informações que nos alertam sobre certas preferências que estão querendo desenvolver a partir do Paraguai”, diz Pedro Lesme. 

Centenas de criminosos dos mais altos níveis de hierarquia dentro do PCC estão escondidos no Paraguai e de lá atuam no trágico internacional de drogas. Os serviços de inteligência brasileiros e paraguaios vão acompanhando o desenrolar da guerra da máfia das drogas. Saber que lado está cada traficante pode ser importante para prevenir ações violentas nos dois países.

Entenda racha no PCC:

Tiriça e dois aliados, Abel Pacheco, o ‘Vida Loka’ e Vanderson de Lima, o ‘Andinho’, foram expulsos do PCC por Marcola, após acusarem o líder do PCC de delação. A razão? Uma conversa com um agente penitenciário que vazou e foi usada em um julgamento que terminou com a condenação de Tiriça a mais 31 anos de cadeia. 

Marcola, por outro lado, acusou o trio de traição e os expulsou do PCC. Até agora, ao menos três integrantes do alto escalão foram executados e outros menos graduados desapareceram. 

Parentes de traficantes do PCC procuraram a Polícia Civil em busca de amparo da Lei de Proteção à Testemunha, mas, para isso, será necessário colaborar com as investigações. 

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