Racha no PCC: familiares de criminosos pedem proteção à polícia

Maior organização criminosa do Brasil está em guerra interna; ao menos três líderes da facção já foram mortos

Por Lucas Martins

A disputa por poder dentro do PCC fez familiares de criminosos pedirem socorro à Polícia Civil. Parentes dos integrantes procuraram a proteção do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa, invocando a lei de proteção à vítima e à testemunha. 

Com a lei, os parentes são obrigados a colaborarem com as investigações. As mortes nesta guerra são muitas, mas três ganharam repercussão. Donizete Apolinário, o ‘Mauá’ ou ‘Prata’, chefe do PCC na Grande São Paulo, foi executado ao lado da esposa e filha, que também foram atingidas por tiros, mas sobreviveram. 

Cristiano Lopes da Costa, o ‘Meia Folha’, era chefe do PCC na Baixada Santista e foi executado enquanto comia um lanche no Guarujá. Luiz Rocha, conhecido como ‘Conta Dinheiro’, foi executado em Atibaia, no interior de São Paulo. Antes da morte, ele havia sido preso com um arsenal em casa e cotou que tinha as armas porque a morte dele havia sido decretada na guerra do PCC. 

além das três mortes de escalões superiores do PCC, as famílias de integrantes têm procurado o DHPP informando o desaparecimento de seus parentes criminosos. Informalmente as famílias recebem a notícia da execução no tribunal do crime, mas os corpos escondidos em cemitérios clandestinos são dificilmente encontrados.

Nesta guerra, de um lado está Marcola, integrante da ‘Sintonia Final’ do PCC. Na teoria, ele divide o poder com outros 11 criminosos, mas na prática, é ele quem dá as cartas. Do lado oposto, dois outros integrantes da mesma ‘Sintonia Final’. Abel Pacheco, o ‘Vida Loka’ e Roberto Soriano, o ‘Tiriça’, além do sequestrador Wanderson Lima de Paula, o ‘Andinho’. 

Os três teriam sido expulsos por Marcola e, de outro lado, expulsaram o chefe supremo. Integrantes do PCC de cada lado travaram a guerra sangrenta, que poucas vezes são denunciadas.