Quarto suspeito diz que conduzia barco onde Dom e Bruno foram mortos

Gabriel Pereira Dantas se apresentou à Polícia Civil de São Paulo nesta quinta-feira (23)

Da Redação

Um homem suspeito pelo envolvimento nos assassinatos de Bruno Pereira e do Dom Phillips afirma que dirigia a embarcação onde o indigenista e o jornalista britânico foram rendidos e mortos na região do Vale do Javari, no Amazonas.  

Gabriel Pereira Dantas, o quarto suspeito do crime, se apresentou à Polícia Civil de São Paulo nesta quinta-feira (23) e prestou depoimento. O homem foi detido no 77º Distrito Policial, na região central da capital paulista.

Ainda segundo o depoimento de Gabriel, ele estava na mesma embarcação do segundo suspeito, Amarildo da Costa, o "Pelado", quando eles viram Bruno e Dom passarem de lancha pelo rio. Logo, teriam partido atrás do indigenista e do jornalista.  

Dantas também diz que Jeferson da Silva Lima, o "Pelado da Dinha", e Amarildo efetuaram os disparos contra Dom e Bruno.  

Os relatos dele ainda não foram confirmados pela Polícia Federal e pelo Comitê de Crise, responsáveis pela investigação do caso. Gabriel Pereira Dantas foi transferido nesta tarde para a sede da Superintendência de São Paulo, onde prestará um novo depoimento.

Corpos

O corpo de Dom Phillips chegou ao Rio de Janeiro por volta das 15h40 desta quinta-feira. Alessandra Sampaio, viúva do jornalista britânico, recebeu a aliança encontrada junto ao corpo do colaborador do jornal inglês “The Guardian”.

o corpo de Bruno Pereira segue para o município de Paulista, na região metropolitana de Recife, em Pernambuco, onde será velado e cremado nesta sexta-feira (24).  

O Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal (PF) liberou, na quarta-feira (22), os corpos de Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira às respectivas famílias. O avião decolou do aeroporto de Brasília por volta das 14h, no horário local.  

Mesmo com a liberação dos corpos, os trabalhos de perícia continuam no Instituto Nacional de Criminalística, concentrados na análise de vestígios diversos.

Investigação

As mortes de Dom e Bruno foram confirmadas 15 de junho, após o primeiro suspeito, Amarildo da Costa, o "Pelado", confessar o crime à Polícia Federal. Eles estavam desaparecidos desde o dia 5 de maio, segundo União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja).  

Segundo as investigações, Dom e Bruno foram rendidos e mortos após registrarem a prática de pesca ilegal de pirarucu na região. Os corpos foram decepados, esquartejados, queimados e depois jogados em uma vala.  

Ainda naquela quarta-feira, após a indicação do local da ocultação dos corpos, "remanescentes humanos" foram encontrados pelas equipes de buscas. Os restos dos corpos chegaram a Brasília na quinta (16), onde foram periciados.  

A perícia apontou ainda que Dom Phillips morreu com um tiro no peito disparado por uma arma de caça. Já Bruno Pereira recebeu dois tiros, no tórax abdômen e outro na cabeça. No domingo (19), a embarcação usada por Dom e Bruno durante a viagem ao Vale do Javari foi encontrada no Amazonas.  

Outros presos

Antes de Gabriel Pereira Dantas, havia três presos suspeitos pelo envolvimento nas mortes do jornalista e do indigenista. Amarildo da Costa Oliveira, o "Pelado", confessou o crime e indicou o local da ocultação dos corpos. Ele foi transferido para Manaus por medidas de segurança. 

Já seu irmão, Oseney da Costa, o "Da Costa", foi preso na semana passada e teria ajudado a esconder os restos mortais de Bruno e Dom. Jeferson da Silva Lima, o "Pelado da Dinha", por sua vez, se entregou à polícia no último sábado. Ambos estão presos temporariamente em Atalaia do Norte.

Galeria de Fotos

Veja que são os suspeitos presos pelas mortes de Dom Phillips e Bruno Pereira
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Amarildo da Costa, o "Pelado"Reprodução/Twitter
Oseney da Costa, o "Da Costa"Reprodução/Twitter
Jeferson da Silva Lima, também conhecido como “Pelado da Dinha"Arquivo Pessoal
Gabriel Pereira Dantas, o quarto suspeito presoReprodução/BandNews TV

A polícia afirma que os assassinos agiram sozinhos e que não há mandantes. Agora, investiga se a pesca ilegal realizada na região era para abastecer o crime organizado e o tráfico de drogas na região. 

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