A professora Rita de Cássia Reis conversou com exclusividade com o ‘Brasil Urgente’ nesta segunda-feira (27). Ela foi uma das professoras feridas pelo adolescente que atacou a Escola Estadual Thomazia Montoro. Além de Rita de Cássia, o jovem matou uma professora de 71 anos e feriu outras quatro pessoas.
Para o repórter Rodrigo Hidalgo, ela conta que ouviu gritos vindos da sala da professora Elizabeth Tenreiro e pensava que os alunos foram liberados para outra aula e que era apenas uma agitação. “Eu abri a porta para apaziguar, dizer que não poderia correr. Aí ele me atacou, eu gritava ‘para, para, para’, mas ele não parou, levei três golpes”, conta.
Rita de Cássia comentou que era tutora do aluno e estranhou o ataque dele. “Os alunos escolhem quem querem que seja tutor, para guiá-los na escola mesmo. Esse é o segundo ano que sou tutora dele, ele quis ficar comigo esse ano, na sexta-feira (24), ele faltou a tutoria, não sei se foi para frente, se houve providência. Quando ele retornou para a sala de aula, perguntei e ele não respondeu o porquê de ter faltado”, afirmou.
Agressor sofria bullying e era violento
Segundo a professora de história, o aluno sofria bullying e que se envolvia em confusões com outros alunos. “Ele sofria bullying, mas é recorrente o problema, trabalhamos bastante com as crianças, mas eles alegam que são amigos. O bullying é uma realidade, ele tinha o apelido de ‘mexicano’, porque tinha o bigode nascendo e estava expressivo já. Eu nunca percebi que ele não gostava, ele não falou, não sei se foi o gatilho dele para isso”, conta.
“Ele é briguento, um rapaz sempre metido em confusão. A briga já está relacionada à violência, mas machucado alguém, não. ele já havia brigado com tapas, algo de criança, mas que teve consequências sérias”, diz a professora.
O caso
O jovem de 13 anos invadiu a escola na manhã desta segunda-feira e feriu pelo menos quatro pessoas com uma faca, sendo três professores e um aluno. Segundo informações preliminares da polícia, bullying teria motivado o crime.
Uma das professoras feridas foi encaminhada ao Hospital das Clínicas em estado grave, outra encaminhada para o Hospital Bandeirantes e os adolescentes, um com ferimentos leves e outro em estado de choque, foram levados para o Pronto Socorro do Butantã.
O adolescente de 13 anos foi contido pelos policiais militares ainda dentro da escola e já foi encaminhado para o 34° Distrito Policial, onde deve prestar depoimento à polícia.
O policial militar informou à Band que não há outras possíveis vítimas do ataque e que o órgão faz o trabalho de rescaldo para verificar a situação dentro do local. Com a confirmação de que a situação está sob controle, os alunos começaram a ser liberados para Ele reforça que ao confirmarem que a situação está sob controle, os alunos serão liberados.
“A única informação bem preliminar que a gente tem é que era alguma coisa sobre bullying, tinha planejado um ataque, alguma coisa do tipo. Mas essas informações vão ser colhidas com mais precisão”, disse o policial.