David Beckhauser Santos Herold, morto aos 34 anos enquanto trabalhava na gravação de um clipe musical do MC Boladin 211 na Zona Norte de São Paulo, teve uma vida que foi do mundo militar nos Estados Unidos até o envolvimento com o tráfico de drogas no Brasil. 

O produtor morreu atingido por pelo menos 60 tiros no fim da tarde de quarta-feira (6) na região da Vila Nova Cachoeirinha. Os criminosos passaram pela vítima a pé, efetuaram os disparos e fugiram sem levar nada. A suspeita é de execução. 

David era morador de Florianópolis, em Santa Catarina, mas tinha dupla cidadania, sendo cidadão dos Estados Unidos. Ele chegou a fazer missões no Afeganistão e no Oriente Médio.

O pai dele é dos Estados Unidos e a mãe, brasileira. Ele serviu às forças armadas do país entre 2008 e 2013 e, quando voltou para o Brasil, se envolveu em crimes que repercutiram no estado de Santa Catarina. Em 2014, David se tornou procurado por homicídio, acusado de envolvimento na morte do chefe do tráfico de Florianópolis e na tentativa de matar o irmão da vítima. 

Ele teria dominado o morro e, então, sido chamado de 'Americano' após o assassinato do chefe do tráfico. Em 2015, ele foi preso com drogas pela polícia do Rio Grande do Sul e em 2016 foi condenado pelo homicídio, mas recorria em liberdade. 

No Sul, David Herold também era conhecido por ser 'justiceiro', contratado para matar na região. Atualmente, ele integrava a equipe de MC Boladin 211. No Instagram, o cantor deixou uma homenagem ao amigo: "Cuida de mim aí em cima. Gratidão por tudo que fez por mim. Nunca será esquecido. Guerreiro não morre, vira lenda".

A polícia agora investiga o caso e busca informações que levem aos atiradores e à motivação para o crime.