Depois do Brasil Urgente revelar que presos do regime semiaberto de Mongaguá, no litoral de São Paulo ao invés de trabalhar, usavam drogas, mexiam em celulares e até iam para um motel, o programa flagrou mais uma irregularidade.
Dessa vez, a equipe acompanhou um ônibus da prefeitura de Praia Grande, que busca presos do Centro de Progressão Penitenciária de São Vicente. Ao chegarem no local de trabalho, há o descontrole da situação. Sem fiscalização, os detentos vivem em aparente liberdade.
Em outro flagrante, os presos já trocaram de uniforme, alguns usam, outros não - o que não é permitido. A falta de fiscalização é tão grande que um preso, sem camiseta, foi dar um mergulho no mar e volta tranquilo, numa boa. Ele usa uma tornozeleira eletrônica.
Nas imagens é possível ver uma mulher de camiseta branca se aproximando de um dos presos, e conversando por alguns minutos. Não há ninguém da prefeitura de Praia Grande ou da Secretaria da Administração Penitenciária por perto.
A conversa segue amistosa, até que ela abre uma sacola, entrega alguns itens e o criminoso coloca em uma mochila. Na hora de ir embora, porém, não há qualquer tipo de revista. Todos sobem no ônibus e retornam para o CPP de São Vicente.
Governo confirma problemas em presídios do litoral paulista
Os problemas dentro dos dois centros de progressão penitenciária de Mongaguá e São Vicente estão sendo mostrados também no site do próprio governo do estado. Eles colocam as capacidades dos presídios e confirmam a superlotação. Em Mongaguá, por exemplo, são 700 presos a mais do que deveria e em São Vicente quase 200.
Em nota, a prefeitura de Praia Grande afirma que conta com as direções dos presídios citados e da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária para manter o bom andamento dos contratos. Disse ainda, que guardas municipais acompanham, dentro da programação dos agentes, o desenvolvimento da prestação de serviço. E que a SAP coloca veículos descaracterizados para realizar ações pontuais.
A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) informou em nota que: “antes mesmo dos fatos serem alvo de reportagem, já vinha investigando essas ocorrências na Baixada Santista. No caso dos presos flagrados no motel, foi a própria SAP que chamou a Polícia Militar, que os prendeu na hora, além de todos ali envolvidos perderem o direito ao regime semiaberto – regredindo ao fechado”.