O Brasil Urgente teve acesso ao depoimento do último policial militar, que foi ouvido pelos investigadores do DHPP. O Soldado Samuel estava no momento da execução de Vinicius Gritzbach no Aeroporto Internacional de Guarulhos. Ele narrou que viajou com o empresário e a namorada até Maceió para fazer a escolta deles. O soldado já fazia esse trabalho para o delator há um ano.
Em Alagoas, eles ficaram uma semana em São Miguel dos Milagres, um dos destinos turísticos mais procurados do país, que fica a cerca de 100 quilômetros de Maceió. Até então, nada que chamasse a atenção do PM.
No entanto, quando retornaram para Maceió, uma cena fugiu da normalidade e reafirmou que não sabia que Vinicius levava joias na bagagem. Ele disse que acompanhou a um quiosque, onde Danilo, funcionário de Vinícius, teria tratado com um indivíduo desconhecido e que não teria acompanhado qual seria o teor dessa tratativa.
O segurança ainda chegou a revelar que depois desse encontro, Danilo, funcionário de Gritzbach, voltou para o quiosque com uma sacola na mão, mas não sabe o conteúdo. O policial militar da ativa que trabalha em um batalhão da Freguesia do Ó, na zona norte de São Paulo, contou também o que fez e se percebeu algo de errado no desembarque no Aeroporto de Guarulhos.
Ele garantiu aos policiais que quando deixou a aeronave não ligou para ninguém. O soldado Samuel estava à frente de Gritzbach e da namorada do delator quando foram surpreendidos pelos criminosos. Ao perceber o ataque, ele correu cerca de 50 metros da onde foi o tiroteio.
Ele subiu uma rampa e voltou para o desembarque, desceu uma escada rolante e encontrou com a namorada de Gritzbach, entraram em um táxi e foram até casa de um amigo do casal no Jardim Anália Franco, na zona leste de São Paulo. Logo depois, o soldado Samuel, responsável pela escolta, afirmou que voltou ao aeroporto para esclarecer o que viu e se identificou. O celular do policial foi apreendido.
Na manhã desta quarta-feira (13), a secretaria da Segurança Pública de São Paulo confirmou o afastamento de policiais civis da ativa. Não foram divulgados nomes, mas Vinicius Gritzbach na delação ao Ministério Público cita que foi extorquido por policiais de diversas delegacias. A força-tarefa não descarta que o delator foi executado por integrantes do PCC, mas também investiga a participação de policiais na morte dele.
Vinicius Gritzbach entrou na mira da Polícia depois da morte de dois criminosos do PCC, Anselmo, o ‘Cara Preta’, e Antônio Coroa Neto, o ‘Sem Sangue’. Gritzbach, segundo a Polícia, foi o mandante. Pouco mais de um mês depois, Gritzbalch voltou algemado a sede do Departamento de Homicidios e mais uma vez negou o envolvimento nas mortes de Cara Preta e Sem Sangue.