Uma série de empresas de transporte público podem ter ligação com o crime organizado. A polícia aposta na análise de movimentações financeiras para descobrir como funciona a participação do PCC em empresas de ônibus de São Paulo.
Os chefes da facção mantêm controle rígido sobre a estrutura do negócio usado para lavar milhões de reais do crime organizado.
Para o promotor Lincoln Gakiya, que investiga o PCC, o dinheiro esquentado faz parte do patrimônio dos chefões, como Cara Preta, Django e Cebola, sócios ocultos da UpBus.
“Normalmente é o dinheiro que esses integrantes, por participarem da liderança, conseguiram auferir para si e inclusive prejuízo da própria facção. Eles estão roubando a facção, estão desviando dinheiro da facção e estão lavando em nome próprio.
A investigação aponta que a relação da UpBus com o crime organizado não é nova. A empresa é originária de uma cooperativa de transporte complementar. Foi na sede da empresa que Silvio Luiz Ferreira, o Cebola, acabou preso em 2012, com quase meia tonelada de maconha.
Policiais do Denarc estão debruçados sobre a papelada e arquivos digitais coletados durante a primeira fase da operação. A segunda etapa pretende buscar os alvos e prendê-los. A polícia chegou a pedir a prisão de 15 pessoas na semana passada, mas a Justiça não aceitou.
Por enquanto, a operação do Departamento de Narcóticos está focada na operação da UpBus, mas há a suspeita de digitais do PCC em outras empresas do transporte público.
Em 2017, os assassinatos do diretor de uma empresa de ônibus e do dono de um dos coletivos usados pela viação já tinha despertado a atenção da polícia. Thiago Celso Zanetti, diretor da Imperial Transportes, também da zona leste, foi morto quando chegava à garagem. Um mês depois, José Ediler de Oliveira, saía da empresa quando também foi morto a tiros.