A Polícia Civil aponta que a relação do Primeiro Comando da Capital (PCC) com o transporte público de São Paulo não é de hoje. Segundo investigações, o interesse da facção pelo serviço essencial teve início no começo dos anos 2000, com as pequenas cooperativas, o transporte clandestino.
Nos últimos meses, a polícia encontrou indícios e provas do envolvimento da facção com empresas de ônibus urbanos, que acabaram deflagrando duas operações.
Segundo a polícia, o PCC começava, também, a expandir sua formação em presídios, inclusive fora da capital. Por isso, necessitava do transporte para a visita de familiares. Com isso, segundo as investigações, os chefões do crime viram uma oportunidade para lavar dinheiro e também lucrar com o sistema.
Na semana passada, uma operação do Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc) revelou que pelo menos 4 membros do PCC: Cebola, Décio Português, Cara Preta e Django eram sócios ocultos da UpBus, que opera linhas de ônibus na zona leste da capital paulista.
Cara Preta e Django foram assassinados. O esquema movimentava R$ 500 mil. Agora, agentes do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) encontraram digitais do PCC em outra empresa de ônibus, na mesma região.
A suspeita da polícia é que a Transuniao, empresa de ônibus de São Paulo, seja usada por membros do PCC para lavar dinheiro. A viação é vencedora de dois contratos de concessão do transporte público de São Paulo.
Até o momento, duas prisões foram feitas. São dois homens acusados de serem os executores do ex-presidente dá Transuniao. A polícia espera aprofundar as investigações com os documentos colhidos e pedir a prisão de pessoas envolvidas no esquema de lavagem de dinheiro.