Polícia indicia Jairinho e Monique por homicídio de Henry e tortura

Inquérito policial vai ser enviado ainda nesta segunda-feira (3) ao Ministério Público

Da Redação, com Brasil Urgente

A Polícia Civil do Rio de Janeiro concluiu o inquérito sobre a morte do menino Henry Borel, de 4 anos. As informações são do Brasil Urgente.

O menino morreu em 8 de março e era enteado do vereador carioca Dr. Jairinho (sem partido), acusado pelo assassinato da criança. O menino completaria 5 anos nesta segunda-feira. Tanto Jairinho quanto Monique estão presos desde 8 de abril.

De acordo com as primeiras informações, tanto o político quanto a mãe da criança, Monique Medeiros, vão responder por homicídio duplamente qualificado, com emprego de tortura e sem chances de defesa da vítima. 

Jairinho foi indiciado por dois crimes de tortura (a agressão de fevereiro relatada pela babá e a que provocou a morte do menino, em março). Já Monique, mãe de Henry, foi indiciada por um crime de tortura, já que investigação aponta que ela sabia que o filho era agredido pelo padrasto.

O inquérito policial vai ser enviado ainda nesta segunda-feira (3) ao Ministério Público. A Polícia Civil divulgará detalhes do inquérito nesta terça-feira (4), na Cidade da Polícia.

A perícia revelou que a criança foi brutalmente agredida até a morte. A polícia acredita que a mãe foi conivente – a investigação aponta que ela sabia das agressões contra o filho.

Jairinho está em Bangu 8 dividindo cela com presos da operação Lava Jato. Já Monique, que estava internada em um hospital penitenciário com Covid-19, teve alta e voltou para o presídio feminino em Niterói, na região metropolitana, ainda em isolamento.

Procurados, os defensores do casal não se manifestaram.

As cartas de Monique

No isolamento, Monique escreveu cartas, que foram divulgadas pela defesa. Uma delas foi destinada a Leniel Borel, pai de Henry. A professora pede perdão ao ex-marido e afirmou não saber o que estava acontecendo com o filho.

No texto, Monique disse que, se pudesse voltar atrás, faria tudo diferente e até viveria uma vida mais simples. No entanto, em contato com a reportagem, Leniel afirmou não acreditar no que Monique escreveu.

Monique escreveu ainda uma nova carta ao delegado Henrique Damasceno, que investiga o caso. Ela voltou a dizer que foi impedida de contar a verdade sobre o caso diversas vezes e pede para ser novamente ouvida pela polícia.

Monique também afirma que não há pena maior do que perder um filho, e pede todos os dias a Deus que tire o ar dela para poder reencontrar Henry. Diz também que vem sofrendo na prisão.

“Eu estou sendo apedrejada na cadeia. Todos os dias elas gritam dizendo que eu vou morrer e que irão me matar, pois acreditam que eu deixei o Jairinho bater no Henry”, escreveu.

Cassação

Mesmo preso, o padrasto da criança segue alvo de um processo de cassação na Câmara de Vereadores do Rio. A Comissão de Justiça e Redação decidiu, também nesta segunda, seguir com o processo.

A representação contra o vereador volta ao Conselho de Ética. Na terça-feira, o grupo sorteará um relator para o processo, além de definir quem serão as pessoas ouvidas.